Crise: economistas esperam inflação acima de 9% em 2015, além de alta do dólar e recuo do PIB

crise_economica_05Ladeira abaixo – Enquanto a presidente Dilma Vana Rousseff vive como autista diante do desastre econômico que se instalou no País, na esteira de medidas equivocadas adotadas pelo governo durante quatro anos, os economistas consultados pelo Banco Central apontam para um cenário ainda pior em 2015. De acordo com o Boletim Focus, que semanalmente consulta os principais economistas do País, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar o ano na casa de 9,04%, contra 9% da previsão anterior. Ou seja, muito acima do teto dos 6,5% do teto do programa de metas instituídos pelo governo.

Se por um lado a inflação oficial chega a assustar, o índice real do mais temido fantasma da economia continua tirando o sono dos brasileiros. Isso porque os preços de produtos e serviços subiram de forma assustadora nos últimos meses, superando com folga a marca de 20% ao ano. O estrago provocado por esse componente econômico é tamanho, que até mesmo nos locais em que produtos alimentícios são vendidos a preços menos vorazes a reclamação é generalizada.

Como antecipou o UCHO.INFO, meses atrás, sem que os palacianos se preocupassem com as notícias do site, a população, como um todo, mudou os hábitos de consumo, cortando determinados produtos e substituindo marcas. Mesmo assim, a débâcle foi inevitável.

Para escurecer ainda mais um horizonte já nebuloso e carrancudo, os economistas consultados pelo BC mantiveram em 14,50% a previsão para a taxa básica de juro, a Selic, que norteia a economia no atacado e indexa as dívidas do e indexa a dívida do Estado brasileiro, em especial do governo federal.

Para o fim de 2016, a taxa Selic, principal ferramenta do BC para controlar a inflação, registrou leve alta, saltando de 12%, na semana anterior, para 12,06%. Isso significa que, confirmada o compromisso do Banco Central de levar a inflação oficial para o centro da meta (4,5%) até o final de 2016, no próximo ano a taxa de juro real, no atacado, será de 8,01%, um disparate para um cenário em que sobram promessas de recuperação econômica. Em outras palavras, os ingredientes dessa receita de otimismo são desconexos.

Em outro vértice da crise está a aposta dos especialistas do mercado financeiro para o crescimento da economia neste ano. Segundo o Boletim Focus, os economistas projetam encolhimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Na semana anterior à consulta a expectativa era de crescimento negativo do PIB no patamar de 1,49%. Há os que trabalham com encolhimento de 2% do PIB, que, se confirmado, configurará um desastre.

Como se fosse pouco, o mercado de câmbio parece disposto a não colaborar com tão sonhada recuperação da economia brasileira. De acordo com o Boletim Focus, os especialistas preveem que o dólar comercial encerre o ano valendo R$ 3,22, contra R$ 3,20 da previsão anterior. Para 2016, a aposta para a divisa ianque é de fechamento do ano em R$ 3,40, contra R$ 3,37. Em outras palavras, o BC não poderá contar com a desvalorização da moeda norte-americana para ajudar no controle da inflação oficial.

Juntadas as peças do quebra-cabeça da economia verde-loura, entra em cena o dito popular do “se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”. Como disse um conhecido e gazeteiro comuniosta de boteco, “nunca antes na história deste país”.

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