COB aceita relaxamento no Pan pela não necessidade de classificação em muitos esportes para 2016

rio_2016_06Sem compromisso – Sede da Olimpíada de 2016, o Brasil chegará a Toronto sem a responsabilidade de garantir presença de atletas nos Jogos Olímpicos. Apenas o hóquei na grama masculino não tem vaga confirmada e luta para poder representar o Brasil em 2016.

O superintendente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinícius Freire, disse que o planejamento foi feito com o pensamento no próximo ano. Inclusive há a possibilidade de queda de medalhas em Toronto. De acordo com Freire, muitas confederações sequer mandaram times principais. São os casos da natação, que não contará com Cesar Cielo, maior estrela da franquia. O vôlei masculino é outro caso: a equipe no Pan será composta exclusivamente por jovens promessas do esporte no Brasil.

Porém, a situação não se repete em todos os esportes, mas pode causar ligeira variação no número de medalhas do Brasil; nos últimos dois Pans, foram mais de 140 medalhas. “Pode diminuir o número de medalhas porque não precisa dos times principais. O Cielo, por exemplo, não está aqui. A nossa preocupação não é ganhar medalha aqui. Elas vão acontecer, vamos brigar pela terceira posição com Canadá e Cuba, mas não é o objetivo. O nosso principal objetivo desde 2009 é ser top 10 em 2016. Se é melhor para a gente não trazer time principal, não vamos trazer. Foi essa a estratégia que a gente fez, conversamos com cada confederação, cada treinador, e escolhemos o que é melhor para o Brasil em 2016”, revelou Marcus Vinícius.

As estratégias, entretanto, foram diferentes. O vôlei feminino, por exemplo, viaja com o time principal. Táticas foram usadas até pensando no psicológico dos atletas. É o caso de Martine Grael, nova estrela da vela brasileira e filha de Torben Grael. A jovem atleta de 24 anos só vai competir em Toronto para pegar rodagem de Vila dos atletas e chega ao Rio mais calma com a situação.

“A Martine Grael é um caso. Conversamos com o Torben, que é o diretor e pai dela, sobre a vinda dela por ter disputado competições recentes e pensamos: ‘ela nunca esteve em um evento multiesportivo, nunca esteve em um Pan-Americano’. Então é importante dar essa experiência para ela entender que aqui parece a Disney do esporte, mas quando você vem procurando resultados não é. Ela ter isso um ano antes e chegar no Rio sem dispersar com as maravilhas da vila é importante”, ressaltou.

Nos Jogos Olímpicos, o COB vetará a presença de namorados, pais e amigos na Vila. A entidade criará um Espaço Time Brasil a 4 km do local (com shuttles disponíveis) para os encontros. A estratégia já é testada em Toronto: a cinco minutos da Vila no Canadá, haverá um local do tipo, mas não há vetos para convidados pela organização canadense.

Um país que almeja estar entre os melhores do planeta no esporte não pode se isentar de participar de competições com todos seus atletas mais importantes. O Pan é a competição mais abrangente do continente e deveria ser aproveitada para testar ainda mais nossos atletas, não poupá-los. (Danielle Cabral Távora)

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