Pixuleco II: Operação Lava-Jato se aproxima do marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo

gleisi_hoffmann_34Na mira – Pixuleco II é o nome da 18ª fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga uma rede de corrupção comandada pelo PT e tem como epicentro a Petrobras, mas cujos tentáculos se espalharam por toda a máquina federal e empresas estatais. Na manhã desta quinta-feira (13) a PF um mandado de prisão e outros dez de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Curitiba.

A Pixuleco II mira a arrecadação ilícita de R$ 50 milhões em contratos relacionados ao Ministério do Planejamento, identificado a partir das prisões efetuadas na fase anterior, a Operação Pixuleco.

O Ministério do Planejamento foi comandado pelo petista Paulo Bernardo da Silva, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), no governo Lula (2003-2011). A própria Gleisi já foi denunciada e é investigada oficialmente por receber R$ 1 milhão em propina do Petrolão, esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras. Um dos delatores que apontaram o envolvimento de Gleisi no esquema, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que foi Paulo Bernardo quem pediu o dinheiro para a senadora petista.

As prisões realizadas nesta quinta-feira (13) têm como base diversos ilícitos e propinas com empréstimos consignados, aqueles concedidos a aposentados ou funcionários públicos com desconto automático na folha de pagamento. A empresa de informática Consist foi escolhida, sem licitação, para ser gestora do sistema de pagamentos consignados de servidores vinculados ao Executivo Federal pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e pelo Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp), graças a acordo celebrado pelas entidades com o Ministério do Planejamento, em 2010. A empresa de informática é remunerada pelos bancos, principais interessados nos dados dos servidores. À época do acordo, a pasta estava sob a batuta de Paulo Bernardo.

Em 2010, o Instituto Brasileiro de Licitações Públicas (IBL) denunciou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU) que o acordo com as entidades teve como objetivo apenas permitir à Consist uma oportunidade de negócio sem participar de processo licitatório. Do ponto de vista financeiro, o acordo também foi prejudicial ao governo — que antes era ressarcido em R$ 1,50 por cada registro de empréstimo em folha, mas com a chegada da Consist passou a receber R$ 0,95. Os valores de ressarcimento são definidos em portaria publicada pelo Ministério do Planejamento.

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