Ex-diretor do IPEA é convidado a explicar ingerência do governo Dilma no órgão durante eleições

herton_araujo_01Sinuca de bico – Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) conseguiu aprovar requerimento de convite ao ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Herton Araújo.

Apreciado na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, nesta terça-feira (18), o documento cita as denúncias de “ingerência política” na não divulgação de dados da PNAD durante a campanha de 2014. A pesquisa revelou que a pobreza extrema cresceu no país durante o governo petista de Dilma Vana Rousseff, que em 2010 foi apresentada ao eleitorado nacional como a “gerentona”, a “garantia de continuidade”.

Em depoimento prestado à Justiça Eleitoral como parte de uma ação que pede a cassação da chapa encabeçada pela petista por abuso de poder econômico e político, Araújo confirmou que foi impedido de divulgar os dados. O incidente o motivou a pedir exoneração do cargo.

“O IPEA foi censurado pela campanha de reeleição da presidente como parte do imenso estelionato eleitoral que escondeu a real situação do país e ajudou a quebrar ainda mais a nossa economia. Os envolvidos terão que responder”, defendeu Caiado.

Para o senador, qualquer interferência política em um órgão responsável por estatísticas e pesquisas oficiais é um grave atentado à democracia e à credibilidade do Estado brasileiro.

“É preciso tratar esse caso com seriedade porque corremos o risco de virar uma Argentina, onde dados oficiais sobre inflação e outros balanços não têm a menor confiabilidade no cenário internacional. Transportar a falta de credibilidade do governo para nossos órgãos técnicos seria desastroso, concluiu.

A Comissão deve marcar a audiência pública em breve, de acordo com a disponibilidade do ex-diretor convidado.

A ingerência do governo no IPEA, por ocasião da corrida presidencial do ano passado, não causou surpresa quando o fato veio a público, pois a economia foi conduzida com artificialidade e ilusionismo pelo Palácio do Planalto, cujos atuais inquilinos sempre buscaram ludibriar a opinião pública, levando a população a acreditar que o Brasil, depois da chegada do PT ao poder central, tornou-se a versão tropical e moderna do País de Alice, aquele das maravilhas.

Não se pode esquecer que esse tipo de comportamento do governo não é novidade, pois o Planalto há muito analisa previamente os dados a serem divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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