Dívida pública federal sobe para R$ 2,6 trilhões; número preocupa por causa da estagnação econômica

dinheiro_72Nas alturas – De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (24) pela Secretaria do Tesouro Nacional, em julho deste ano a dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, registrou aumento de 0,78%, ou seja, subiu para R$ 2,6 trilhões. No mês anterior o endividamento público estava em R$ 2,58 trilhões.

Em julho foram emitidos R$ 51,24 bilhões em papéis da dívida federal, ao mesmo tempo em que foram pagos R$ 71,06 bilhões. Desta forma, o resgate líquido somou R$ 19,82 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas com juros totalizaram R$ 40 bilhões.

Os números oficiais mostram que o aumento da dívida em julho de 2015 está relacionado à apropriação de juros sobre o estoque do endividamento brasileiro, já que eles foram superiores ao resgate líquido de títulos.

Conforme a Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida pública pode chegar ao patamar máximo de R$ 2,6 trilhões no fim de 2015, isto é, R$ 305 bilhões a mais em relação ao fechamento do ano passado.

O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública, feito pelo Tesouro Nacional, ainda estabelece um piso de R$ 2,45 trilhões para o débito público no fim deste ano, o que representaria uma alta de R$ 155 bilhões em comparação com dezembro de 2014.

Os vencimentos de títulos públicos previstos somam R$ 571 bilhões este ano, ao mesmo tempo em que os encargos da dívida pública totalizam R$ 63 bilhões. Entretanto, o governo prevê o uso de R$ 147,1 bilhões em recursos orçamentários para pagar os vencimentos em 2015.

Os números do governo federal, calculados após a contabilização dos contratos de swap cambial, mostram que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção determinada no momento do leilão) somou R$ 1,06 trilhão em julho, ou 42,93% do total, contra R$ 1,08 trilhão, ou 44% do total, em junho.

Por sua vez, os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados) tiveram sua participação reduzida no mês passado. No fim de julho, estes títulos públicos representavam 6,8% do estoque total da dívida interna, ou R$ 168 bilhões, contra 7,46% do total (R$ 183 bilhões) em junho.

A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 34,72% em julho de 2015, ou R$ 859 bilhões, contra 34,23% do total em junho de 2014 – o equivalente a R$ 842 bilhões.

Já os ativos indexados à variação da taxa de câmbio somaram 15,55% do total (R$ 384 bilhões) no mês passado, contra R$ 351 bilhões, ou 14,27% do total, em junho deste ano. O aumento da dívida atrelada ao dólar se deve à emissão de contratos de swap cambial – que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na cotação do dólar.

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, porém não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação.

O programa de oferta diária de swaps cambiais, que vigorava desde agosto de 2013, venceu no dia 31 de março. O Banco Central, no entanto, informou que iria renovar integralmente os contratos que vencem a partir de 1º de maio, “levando em consideração a demanda pelo instrumento e as condições de mercado”.

Conforme a instituição, os leilões de venda de dólares com compromisso de recompra “continuarão a ser realizados em função das condições de liquidez do mercado de câmbio”.

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