Dilma gasta com publicidade, mas não investe em saneamento e mobilidade urbana

dilma_rousseff_474País de Alice – Entre o que a presidente Dilma Vana Rousseff fala e finge fazer e o que de fato acontece na estrutura do governo federal há uma enorme diferença. Sem até agora ter abraçado oficial e publicamente a política econômica defendida pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), que tem como carro-chefe o ajuste fiscal, a presidente confirma, dia após dia, ser vítima de autismo político, como tem afirmado o UCHO.INFO. A resistência da presidente em relação ao pacote de ajuste fiscal se deve à sua dificuldade em admitir que errou enormemente no primeiro mandato, o que significa reconhecer a própria incompetência.

Enquanto tenta produzir uma agenda positiva, como forma de escapar da crise múltipla que balança o País em todos os seus quadrantes, Dilma deixa a economia na seara das promessas, pois nada do que é anunciado chega às vias de fato. O anúncio de que dez ministérios serão extintos e ao menos mil cargos de confiança deixarão de existir não convenceu, uma vez que a aludida reforma administrativa continua sendo encarada como mais um factoide palaciano para ajudar a presidente a atravessar o maremoto político.

Em tempos de crise econômica, alta de desemprego e aumento da inflação, o governo petista não tem evitado gastos com publicidade, diárias e passagens. Porém, Dilma tem deixado de investir em setores importantes para o País, como infraestrutura, mobilidade urbana e saneamento.

De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), dos R$ 243,988 milhões previstos para publicidade institucional neste ano, o governo federal já desembolsou mais de 44% deste valor, ou seja, R$ 107,834 milhões, incluindo valores pagos do orçamento de 2015 e restos a pagar de anos anteriores.

No contraponto, governo tem ignorado a necessidade de investimentos em mobilidade urbana e trânsito. Segundo o Siafi, com base no orçamento fiscal e da seguridade, a menos de um ano das Olimpíadas de 2016, que acontecerá no Rio de Janeiro, dos R$ 4,129 bilhões destinados para o programa “Apoio a Sistema de Transporte Público Coletivo Urbano” para o ano de 2015, o governo federal pagou apenas R$ 33,343 milhões, isto é, 0,8% do valor previsto.

Somados todos os valores pagos neste ano, incluindo restos a pagar de anos anteriores, o valor ainda assim continua baixo: do total previsto, o governo desembolsou apenas 6,9%, ou R$ 284,518 milhões. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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