Crise econômica: queixas de empresários alargam o caminho para o impeachment de Dilma

michel_temer_36Artilharia pesada – Sofrendo de autismo político, o que a impede de enxergar a crise múltipla que derrete o País, a petista Dilma Vana Rousseff está cada vez mais isolada, situação que alarga o caminho para um pedido de impeachment. Enquanto tenta de forma desesperada produzir uma agenda positiva, ação que busca ludibriar a opinião pública em relação à dura realidade, Dilma é alvo de severo desgaste nos bastidores da política.

Na quinta-feira (27), em jantar promovido pela federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a poderosa FIESP, o vice-presidente Michel Temer enfrentou uma verdadeira “saia justa” imposta por empresários, mas reagiu com bom humor às ácidas críticas disparadas na direção da política econômica adotada pelo desgoverno do PT. Fora isso, Temer foi questionado sobre o fato de o governo estar perdido em termos político, o que agrava sobremaneira a crise.

Para minimizar as críticas feitas por empresários, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, pediu a Michel Temer para não levar em conta o tom dos discursos, pois longe dos holofotes e microfones o palavrório do setor era muito pior. “Fora daqui a gente fala pior que isso”, afirmou Steinbruch.

Um dos protagonistas da queda de braço que acontece nos subterrâneos do Palácio do Planalto, Temer, que deixou o cotidiano da articulação política do governo petista, reagiu: “Se estiver pior do que disseram aqui, é melhor deixar a vice”.

Michel Temer sabe que os efeitos colaterais da crise atingir o PMDB, por isso nas últimas semanas vem se valendo de declarações acres e contundentes para estocar a presidente da República, que por sua vez vem reagindo com truculência e destempero.

Ao dirigir a palavra aos empresários durante o regabofe da crise, o vice-presidente afirmou que o papel do governo nesse momento é tentar impedir que as crises política, econômica e administrativa se transformassem em uma “crise institucional”. Acontece que Temer está enganado, quiçá atrasado, pois a crise institucional é um dos ingredientes da crise múltipla que dá ao governo Dilma ares de final de feira. “A crise de confiança é que gera um grande pessimismo”, disse o peemedebista.

Na opinião do vice, que não se constrangeu em mandar mensagens cifradas ao Planalto, as investigações da Operação Lava-Jato representam são responsáveis pela instabilidade do governo. “A Lava-Jato vem se amalgamando com a própria estrutura governamental”, disse.

Michel Temer é no mínimo abusado, pois muitos peemedebistas estão sendo investigados no âmbito da Lava-Jato, com grandes chances de serem condenados por crimes vários, como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Não se pode esquecer que a bandalheira oficial que culminou com a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, também encontrou respaldo no PMDB, desde os primórdios da ação criminosa.

De tal modo, o vice-presidente da República perdeu a oportunidade de ficar calado, mesmo sendo agindo como poita do movimento que pode despejar Dilma Rousseff do poder. Enfim…

apoio_04