Maluco beleza – Ainda ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que aguarda o momento certo para deixar o governo petista de Dilma Rousseff, parece ter provado das pílulas de insensatez que abundam no Palácio do Planalto. Ciente de que a economia brasileira está cambaleante e que reverter a crise atual é tarefa árdua e longeva, Levy aproveitou sua passagem pela Europa para destilar um pouco de mitomania.
Durante seminário em Madri, ao lado de Luis de Guindos, ministro da Economia da Espanha, Joaquim Levy disse que “a recuperação é uma questão de meses, exatamente porque o governo teve força para tomar as medidas necessárias a curto prazo”.
Sobre os ajustes adotados pelo Palácio do Planalto, o ministro brasileiro disse que o objetivo do governo é, “junto com a responsabilidade fiscal, consolidar os avanços sociais, de melhora da escolaridade dos últimos anos, de manter o estado de bem estar social que criamos”.
Levy também elogiou a recuperação da economia espanhola e afirmou ter recebido boas notícias de Guindos sobre o crescimento do país europeu.
“É muito interessante ver todo esse crescimento e como a responsabilidade em tomar medidas corretivas, quando necessário, transformou a vida de todos os espanhóis, e deu projeção internacional, e particularmente na América Latina, para as empresas espanholas”, destacou.
A fogueira em que Joaquim Levy se encontra no destrambelhado governo petista é exatamente pela dificuldade encontrada para implementar as medidas de recuperação da economia verde-loura, que na opinião do UCHO.INFO estão muito aquém do necessário, já que o estrago promovido por Dilma ao longo do primeiro mandato é devastador.
Levy adotou o discurso mitômano e embusteiro de Dilma, pois fala com desenvoltura impressionante acerca dos avanços da educação e das conquistas sociais. É sabido que a educação brasileira sofre com as tesouradas no orçamento, ao mesmo tempo em que a própria presidente Dilma fala em rever os benefícios sociais.
Virando o jogo?
Um dia após o IBGE anunciar recuo do PIB (1,9%) no segundo trimestre do corrente ano, o ministro da Fazenda afirmou que o resultado negativo não decorria do ajuste fiscal e que já era possível enxergar “uma virada” da economia até o final de dezembro.
Na ocasião, o ministro declarou acreditar na possibilidade de o Brasil ter dois anos seguidos de recessão, já que a previsão do mercado financeiro é de que o PIB também registrará resultado negativo em 2016.
“Já estamos começando a ver a virada, se as coisas se tranquilizarem até o fim do ano vamos ver uma virada [no cenário econômico]”, afirmou Levy.
O Brasil ainda é uma democracia, por isso é livre a manifestação do pensamento, como prevê a Constituição Federal, mas é no mínimo um gesto de irresponsabilidade não querer enxergar a realidade, como vem fazendo nas últimas horas o ministro Levy.
O titular da Fazenda vai além e afirma que equivocados estão aqueles que criticam a economia. Discurso que durante quatro anos foi adotado por Dilma e o então ministro Guido Mantega, que atualmente sequer pode ir a um restaurante sem ser alvo de vaias e xingamentos. “Ela tem aspecto de esforço e sacrifício, mas é absolutamente indispensável, tem equilíbrio cíclico que dá resultado”, disse o ministro.
