Anistia Internacional cobra acesso a centros de refugiados na Hungria

refugiado_34Memória curta – Nesta sexta-feira, (11), a Anistia Internacional (AI) pediu que as autoridades húngaras permitam que ONGs e organizações humanitárias tenham acesso aos centros de amparo aos refugiados que chegam ao país. A organização ainda solicitou melhores condições nesses locais.

“Os observadores de direitos humanos devem ter acesso imediato aos centros de amparo e devem fazer todos os esforços possíveis para melhorar as condições nas quais permanecem os refugiados e solicitantes de asilo”, comunicou a AI.

A Anistia Internacional faz referência às imagens que mostram policiais lançando comida para dezenas de refugiados no centro de amparo da cidade de Röszke, próxima à fronteira com a Sérvia.

No vídeo é possível constatar “as deploráveis condições que estas pessoas enfrentam, detidas pelas autoridades da Hungria”, ressalta a nota, onde Barbora Cernusakova, investigadora da Anistia, classifica o caso de “verdadeiramente repugnante”.

A organização denuncia que, quando solicitaram, as autoridades húngaras negaram o acesso ao centro de Röszke. No entanto, a ONG pôde falar com refugiados que informaram sobre “maus-tratos por parte da polícia e sobre a escassez de alimentos e água, assim como de instalações de saúde”.

As condições no centro de Röszke consternaram também outras organizações internacionais, como Human Rights Watch, que criticou Budapeste pelas mesmas razões.

Contudo, causa espécie a postura de Budapeste, já que após a Revolução Húngara – ou Contra-Revolução, que fez parte da chamada “Guerra Fria” – ocorrida entre 23 de outubro e 10 de novembro de 1956, pelo menos 200 mil cidadãos do país fugiram para escapar do autoritarismo e da truculência de um governo que contava com o apoio criminoso da União Soviética.

Isso mostra que os húngaros desconhecem a própria história ou têm amnésia de conveniência. (Danielle Cabral Távora e Ucho Haddad)

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