Marin, o canastrão do futebol brasileiro, rejeita delação premiada e negocia fiança milionária

josemaria_marin_17Sol quadrado – Segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, preso na Suíça desde o final de maio, não está disposto a colaborar com a investigação coordenada pelo FBI. A postura do cartola brasileiro avança na contramão do pretendido pela Justiça dos Estados Unidos.

Prestes a ser extraditado para os EUA, Marin negocia fiança milionária para trocar o regime fechado por prisão domiciliar, já que é proprietário de caro e elegante apartamento em Nova York.

José Maria Marin permanece em silêncio desde que foi detido em Zurique, por ocasião do congresso que emoldurou a reeleição do canhestro Joseph Blatter, presidente da FIFA. Ele se recusa a revelar às autoridades suíças seu passado à frente da CBF, entidade máxima do futebol verde-louro. Marin já avisou, por meio de seus advogados, que não prestará depoimento à CPI do Futebol, que investiga a CBF.

O FBI almeja que Marin tenha função semelhante à de José Hawilla, dono da Traffic. Ele aceitou delação premiada, além de concordar com o pagamento de multa no valor de US$ 151 milhões (R$ 582 milhões na cotação atual). Em troca, Hawilla evitou ser preso nos EUA e ganhou liberdade assistida.

Com bases em depoimentos de Hawilla, a Justiça norte-americana investigou esquemas ilegais em contratos televisivos de torneios nas Américas, que envolviam Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero. Dos três, Marin foi o único a ser preso.

Antes contrária à ida de Marin para os Estados Unidos, a defesa do cartola já trabalha com a possibilidade de extradição. Segundo o blogueiro Ricardo Perrone, o anúncio da extradição deverá ocorrer a partir do dia 22 de setembro.

Se confirmada a extradição, a expectativa da defesa é que Marin fique pouco tempo em regime fechado. Depois, enquanto durar o processo, ficará em prisão domiciliar, o que já acontece com o empresário J.Hawilla. Marin teria de negociar multa milionária para sair do regime fechado. (Danielle Cabral Távora)

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