Biossensor permite detectar câncer de mama precocemente

biossensor_01Luz no túnel – Todos nós já sabemos que a tecnologia pode mudar a relação dos humanos. Desta vez ela está possibilitando a detecção do câncer de mama. Um biossensor é capaz de revelar células malignas antes mesmo da formação de tumores. A inovação permite o diagnóstico precoce, enquanto a doença não é detectável pela mamografia.

Grupos de estudiosos italianos, árabes e brasileiros tiveram avanços no desenvolvimento de biossensores para a detecção dessa terrível doença. O funcionamento dos sistemas para verificação é, de certa forma, similar em ambos os casos.

Como funciona o biossensor

A nova tecnologia utiliza métodos diferentes dos exames atualmente realizados para a identificação do câncer de mama. Se comparado à mamografia, o biossensor não causa dor nem desconforto e ainda consegue captar sinais da doença em estágio muito inicial.

De acordo com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde o biossensor foi desenvolvido, uma amostra de sangue é tratada para separar o material genético. A partir desse substrato, o aparelho criado consegue detectar células malignas.

O projeto da Universidade ganhou notoriedade e foi premiado em uma competição do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Além da parte de detecção do câncer desenvolvido no Laboratório de Imunopatologia da UFPE, o Centro de Estudos de Sistemas Avançados de Recife envolveu-se no projeto para desenvolver a parte de mecânica, robótica e programação para otimização do procedimento.

Separar o DNA para que seja submetido ao biossensor é um trabalho feito por máquinas programadas pelos especialistas envolvidos.

O sistema de detecção de câncer está em fase de testes no Hospital Barão de Lucena, localizado em Recife, Pernambuco, que atende pelo SUS. A ideia é tornar o procedimento viável e acessível para a população brasileira.

Saiba mais sobre o câncer de mama

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum, e é o que mais mata mulheres no mundo. A estimativa é que 56 a cada 100 mil indivíduos do sexo feminino tenham tido a doença no ano passado.

Em 2012, cerca de 520 mil mulheres perderam a batalha contra os tumores de mama ao redor do mundo. Envelhecimento, predisposição genética, consumo de álcool e cigarro, excesso de peso e vida sexual reprodutiva são os fatores de risco para o aparecimento da doença. Raramente esse tipo de câncer acomete jovens com menos de 35 anos.

No Brasil, a mamografia é um exame considerado obrigatório para todas as mulheres entre 50 e 69 anos para detectar precocemente o surgimento de células malignas no organismo. Além desse, o exame clínico feito por médicos e enfermeiras com treinamento é capaz de detectar nódulos a partir de um centímetro de diâmetro.

O autoexame também é incentivado em qualquer idade, mas ele sozinho não serve como estratégia preventiva. Por isso a importância da consulta periódica com um médico especialista. (Danielle Cabral Távora)

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