Lava-Jato: Suíça bloqueia conta que seria de Eduardo Cunha; situação do presidente da Câmara é difícil

eduardo_cunha_27Fechando o cerco – Torna-se cada vez mais delicada a situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, no âmbito da Operação Lava-Jato, que investiga o maior esquema de corrupção da história moderna, o Petrolão. Acusado de ter recebido propina advinda de contratos superfaturados firmados com a estatal, Cunha nega as acusações, mas já é alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (corrupção e lavagem de dinheiro), devidamente enviadas ao Supremo Tribunal Federal.

Nesta quarta-feira (30), um novo ingrediente azedou a receita do peemedebista, já que o Ministério Público da Suíça bloqueou uma conta bancária cujo beneficiário seria o próprio Cunha. As autoridades suíças chegaram à conta depois de rastreamento das operações financeiras realizadas pelos operadores do Petrolão.

Os dados da tal conta secreta foram repassados ao Ministério Público Federal brasileiro, assim como informações sobre os depositantes. Até quinta-feira (1), as autoridades da Suíça devem divulgar novas informações sobre o caso, que tem na mira das investigações Fernando Soares, conhecido como Fernando baiano, e João Henriques, apontados como operadores do PMDB no esquema criminoso.

Já condenado em processo decorrente da Lava-Jato, “Baiano” aderiu à delação premiada e confirmou o relato do também lobista Julio Camargo, que garante ter pago a Cunha US$ 5 milhões de propina em contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. Cunha, que já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrução e lavagem de dinheiro, nega participação em irregularidades.

Também preso na operação da Polícia Federal, João Henriques detalhou às autoridades como aconteciam as indicações na diretoria Internacional da Petrobras, quinhão do PMDB. Henriques disse ter aberto conta bancária na Suíça para repassar dinheiro de propina a Eduardo Cunha. De acordo com o relato de Henriques, a transação financeira está relacionada compra, pela Petrobras, de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África.

Uma terceira peça nesse enxadrismo da corrupção é o mais novo delator da Lava-Jato, Eduardo Musa, que em depoimento também mencionou o nome de Cunha. O Ministério Público suíço bloqueou os bens de Musa no país europeu, ao mesmo tempo em que autoridades locais tentam identificar a origem do dinheiro que abasteceu suas contas. Em um dos trechos de seu depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, Eduardo Musa afirmou que “quem dava a palavra final” no âmbito das indicações na Diretoria Internacional da estatal era Eduardo Cunha.

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