Soltando o verbo – Na próxima quarta-feira (7), os presidentes do São Paulo Futebol Clube, Carlos Miguel Aidar, e do Santos Futebol Clube, Modesto Roma Jr., estarão na CPI do Futebol. A Comissão Parlamentar de Inquérito aprovou na última semana um requerimento para que todos os presidentes de clubes da Série A sejam convidados a depor em Brasília, ajudando na investigação sobre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Fui chamado para ajudar e estarei lá para responder qualquer coisa que me perguntem. Não há nada para esconder”, afirmou Modesto. Em reunião com a diretoria, Aidar informou a sua ida.
A primeira iniciativa da CPI foi chamar apenas mandatários que fazem parte da Liga Sul-Minas-Rio. Porém, como as respostas não foram positivas, o senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, decidiu ampliar o convite para os demais dirigentes de clubes. Há a expectativa de que outros cartolas da Série A ainda confirmem presença.
Na última terça-feira (29), os presidentes das federações do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, Rubens Lopes e Castellar Neto, respectivamente, participaram de audiência pública na CPI. Jornalistas também já foram ouvidos pelos participantes da comissão.
Há dez dias, em sessão tumultuada, os senadores aprovaram a quebra de sigilos de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que continua preso na Suíça. Marin foi preso em uma operação feita pelo FBI no final de maio, em Zurique, horas antes de evento da FIFA que acabou reelegendo Joseph Sepp Blatter para mais um mandato à frente da entidade. A CPI também solicitou informações fiscais e de transferências bancárias do dirigente. O pedido foi feito pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC).
É preciso acompanhar com atenção os trabalhos da CPI do Futebol, pois sabe-se que o mais popular esporte do planeta é uma central de branqueamento de capitais, sem que até então as autoridades e preocupassem com os chamados “crimes do colarinho branco”.
É importante cobrar dos integrantes da CPI a apresentação e aprovação de um requerimento com o objetivo de esclarecer os escândalos de corrupção que marcaram os subterrâneos da construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2014. As praças esportivas foram palco de superfaturamento, ação que transformou alguns estádios em misto de torre de Babel com elefante branco. (Danielle Cabral Távora)
