Após enorme busca, remédio experimental contra o câncer será entregue pelos Correios

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Na última terça-feira (13), pacientes e parentes formaram fila na USP de São Carlos, no interior paulista, em busca de fosfoetanolamina sintética. Essa substância tem causado muito alvoroço, pois seria capaz de combater o câncer.

O aumento da procura ocorreu após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reconsiderar a decisão que proibia a distribuição. Desta forma, mais de 700 liminares já concedidas em primeira instância voltaram a ter validade.

A grande demanda – que levou à distribuição de senhas e o temor de que aumente ainda mais o número de interessados – fez com que a Universidade de São Paulo (USP) divulgasse um comunicado. A instituição alega que não é indústria química ou farmacêutica e não tem condições de atender demanda em larga escala.

A droga ainda não foi testada em seres humanos, entretanto, quem está tomando a fórmula garante que faz realmente efeito. A substância também não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas na semana passada o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a entrega para uma paciente do Rio de Janeiro. No dia seguinte, o TJ-SP voltou atrás em sua proibição.

Cada paciente recebe 60 cápsulas por liminar, quantidade que é suficiente para até 20 dias. Porém, a universidade informou que esta substância “não é remédio” e que “exploradores oportunistas” fazem propaganda da droga.

Diante da crescente procura, a USP-São Carlos resolveu enviar pelos Correios a partir de agora a fosfoetanolamina sintética. Com essa decisão, os doentes beneficiados até agora por 742 liminares terão de aguardar a fórmula em casa. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica pretende apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a distribuição.

A Universidade de São Paulo declarou que investigará a denúncia de que funcionários estariam divulgando esse tipo de informação incorreta, afirmando que estuda a possibilidade de “denunciar ao Ministério Público os profissionais que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes”.

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