Marin aceita ser extraditado aos EUA; cartola pagou R$ 40 milhões de fiança por prisão domiciliar em NY

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Ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, preso em Zurique, aceitou ser extraditado para os Estados Unidos. Nesta quarta-feira (28), o Departamento de Justiça da Suíça informou que o cartola brasileiro selou acordo para simplificar o processo, depois de cinco meses atrás das grades. Ele deve permanecer em prisão domiciliar em Nova Iorque, com uma fiança avaliada em R$ 40 milhões, onde tem um apartamento localizado em região nobre da “Grande Maçã”.

A decisão de Marin é uma má notícia para Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e que também está sendo investigado pelo FBI. Há quatro meses, o dirigente não sai do Brasil por temer ser preso no rastro do escândalo que sacode a instância máxima do futebol global. Advogados declararam que Del Nero aguardava uma sinalização no caso de Marin para decidir como lidaria com o cerco que se fecha contra ele.

José Maria Marin e outros seis cartolas foram detidos no dia 27 de maio em Zurique a pedido da Justiça norte-americana. De acordo com o inquérito dos da Justiça dos EUA, o ex-mandatário do futebol brasileiro é suspeito de ter recebido propinas para a Copa do Brasil e Copa América.

Dos sete prisioneiros, Marin é o segundo a fechar o acordo. O outro foi Jeff Webb. “Por razões de segurança e conforme as regras de proteção da privacidade, nenhuma informação será dada sobre o momento em que o detento será entregue”, ressaltaram as autoridades da Suíça. A partir de agora, a polícia americana tem dez dias para buscar o brasileiro e leva-lo aos EUA para responder ao processo.

De acordo com autoridades suíças, Marin é “suspeito de ter aceito e compartilhado com outros responsáveis o suborno em relação com os direitos de marketing para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023”.

Ele também teria “aceito e compartilhado” propinas para a Copa do Brasil de 2013 e 2022. “Seus atos afetaram financeiramente a CBF, assim como as duas associações continentais”. Marin era o último dos sete dirigentes a ser examinado e, com a decisão, a Suíça acata a todos os pedidos de extradição dos EUA.

O brasileiro tem um apartamento em Nova Iorque e já negocia uma fiança milionária que o permitirá ficar em prisão domiciliar enquanto o julgamento ocorrer. Pelo acordo, seu imóvel seria confiscado pelos americanos, além de exigir um pagamento extra de mais US$ 7 milhões.

Contudo, nos EUA seu julgamento pode levar meses, enquanto os americanos também trabalham para que o brasileiro concorde em ajudar nas investigações. Pelo inquérito americano, uma tabela de preços de propinas foi montada pelas empresas que pagaram o suborno para ficar com o contrato. Marin teria recebido US$ 3 milhões na condição de presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

No caso da Copa do Brasil, gravações de conversas que ele manteve com o empresário José Hawilla apontam que ele teria pedido de parte de um suborno pago pela Traffic fosse destinado a ele.

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