Crise econômica: construção civil deve perder 556 mil postos de trabalho somente em 2015

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Segundo estimativa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), neste ano o setor de construção civil do Brasil deve perder 556 mil postos de trabalho. Caso confirmado, o resultado no número de empregos deve corresponder a uma queda de 16,8% em relação ao ano passado.

Desta forma, o estoque atual de trabalhadores do setor deve terminar 2015 abaixo de três milhões. No acumulado desde o início do ano até setembro, a construção civil já perdeu 248.224 postos de trabalho e encontrava-se no mesmo mês com um estoque de 3,070 milhões de trabalhadores, informou o Sindicato, com base nos números do Ministério do Trabalho e do Emprego.

Para a entidade, a falta de perspectiva de retomada no cenário macroeconômico deve afetar a atividade em 2016. “Nunca tivemos um ano como este em que a indústria da construção realiza um volume tão grande de demissões nos primeiros nove meses, período em que normalmente o setor contrata”, declarou presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto.

“A falta de confiança dos investidores e das famílias, a escassez de lançamentos imobiliários e a ausência de licitações para novas obras de habitação social e infraestrutura sinalizam que a recessão se prolongará no ano que vem”, acrescentou Ferraz Neto.

Nos doze meses, até setembro, o setor registrou perda de 13,78% no número de empregos, ou seja, houve uma redução de 490.690 postos de trabalho. Na comparação mensal, a baixa foi de 1,76% ou 53,922 mil empregos, desconsiderando os fatores sazonais, o que marcou a 19ª queda consecutiva do indicador.

O segmento imobiliário foi o que teve a maior retração (-2,35%) em setembro, em comparação a agosto, seguido pelo segmento de preparação de terrenos (-2,04%).

No acumulado do ano, o segmento de infraestrutura apresenta a maior queda (-13,95%), seguido pelo segmento imobiliário (-11,92%).

Já em doze meses, até setembro, o imobiliário registrou baixa de 16,88% e infraestrutura teve redução de 15,88%, as duas maiores variações negativas nessa base.

No Estado de São Paulo, o emprego caiu 1,26% em setembro, ante agosto, já descontada a sazonalidade. No acumulado ano, a redução do número de empregados no estado foi de 7,23% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que também a área de infraestrutura respondeu pelo pior desempenho (-9,85%). Em 12 meses, a perda foi de 9,52%. O estoque se encontrava em setembro em 799.671.

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