OMS alerta que não recomendou o fim do consumo de carne, mas moderá-lo para reduzir o risco de câncer

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Diante de tanta polêmica, na última quinta-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou que o relatório de uma de suas entidades independentes, que confirma que a carne processada é cancerígena, não recomenda que as pessoas deixem de comer o produto, mas, sim, indica que o consumo limitado ajuda a reduzir o risco de sofrer câncer colorretal.

Após avaliar mais de 800 trabalhos publicados, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) publicou na última segunda-feira (26) relatório que classifica como cancerígenos salsicha, bacon e presunto, além de afirmar que a carne vermelha é “provavelmente cancerígena”, causando uma onda de preocupação no mundo todo e a rejeição da indústria relacionada ao setor.

Como consequência, a carne processada foi colocada no Grupo 1, categoria que reúne fatores em relação aos quais há “evidências suficientes” de que podem causar câncer. Pertencem a esse grupo tabaco, asbesto, álcool, radiações solares e poluição.

Em relação à carne vermelha – caracterizada como a musculatura de bois, carneiros, porcos, cabritos e outros –, o painel de 22 especialistas da IARC foi bem mais cauteloso: trata-se de um alimento “provavelmente” carcinogênico, conclusão baseada em “evidências limitadas”.

A agência afirmou categoricamente que as carnes processadas, o cigarro, o álcool e os demais componentes do Grupo 1 não são farinha do mesmo saco: “Isso NÃO quer dizer que esses fatores de risco sejam igualmente perigosos”.

Em resposta ao burburinho causado, a OMS emitiu um comunicado lembrando que, já em 2002, a organização recomendava moderar o consumo das carnes processadas para reduzir o risco de câncer. Essa recomendação figurava em um relatório sobre “Dieta, nutrição e prevenção de doenças crônicas”.

A organização ainda anunciou que seu grupo de analistas encarregado de avaliar de forma regular a relação entre alimentação e doenças se reunirá no início de 2016 para estabelecer as implicações da recente informação para a saúde pública. Além disso, determinará qual deve ser “o lugar da carne processada e da carne vermelha em uma dieta saudável”.

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