Oposição lança painel pró-impeachment, mas pressão popular é a melhor “arma” para afastar Dilma

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Líderes da Oposição, Carlos Sampaio (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Rubens Bueno (PPS) e Arthur Maia (SD) promovem nesta quarta-feira (4), às 14h30, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o lançamento do Painel Pró-Impeachment – quadro que trará a assinatura dos deputados que apoiam o início do processo de afastamento da presidente Dilma Vana Rousseff.

O painel ficará exposto na Câmara e permitirá que os parlamentares demonstrem publicamente que são a favor do impedimento da petista, assim como os mais de 1,2 milhão de brasileiros que já assinaram a petição “on line” lançada há menos de dois meses. Por outro lado, os eleitores poderão acompanhar o posicionamento dos parlamentares e exigir que cada manifeste sua opinião sobre o impeachment da presidente da República.

Em julho, na última pesquisa sobre o tema, feita pela MDA a pedido Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 63% dos brasileiros concordavam com o afastamento imediato da presidente Dilma.

Apesar da movimentação dos partidos de oposição e da extensa parcela da sociedade em favor do impeachment, esse processo pode demorar meses, desde que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decida aceitar o pedido de impedimento da petista, o que não deve acontecer tão cedo e com facilidade.

Alvo de processo no âmbito da Operação Lava-Jato, que tramita no Supremo Tribunal Federal, e de outro no Conselho de Ética da Câmara, por quebra do decoro parlamentar, Cunha está cada vez mais enrolado, em especial por causa das secretas contas bancárias abertas na Suíça.

Enquanto nega a existência das tais contas, Eduardo Cunha joga com o Regimento Interno da Câmara para minimizar o próprio calvário, ao mesmo tempo em que ameaça aceitar o pedido de impeachment, fórmula encontrada para atrair o PT e o governo para a sua linha de blindagem. Ex-presidente da República, o agora lobista de empreiteira Lula defende o não bombardeio a Cunha.

Com essa manobra, o processo aberto no Conselho de Ética, que pode culminar com a cassação do mandato de Cunha, tem chances de acabar empatado, até porque, além da blindagem, o presidente da Casa tem muitos parlamentares nas mãos, principalmente por ajuda financeira nas respectivas campanhas eleitorais. Isso significa que o painel do impeachment pode não ter o resultado esperado, que é a pressão para que o processo seja aceito e tramite com celeridade.

Diante do impasse que surge a partir da crise que domina o Palácio do Planalto e das dificuldades de Eduardo Cunha, a melhor estratégia para apear Dilma do poder continua sendo a pressão popular. Basta que os insatisfeitos saiam do sofá e ocupem as ruas de todo o País. Do contrário, a presidente cumprirá seu mandato até o final.

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