Grupo de Saint-Denis planejava novo ataque terrorista, diz procurador da República em Paris

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Os supostos militantes islâmicos encontrados pela polícia francesa nesta quarta-feira (18) em operação com tiroteio em Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris, estavam prontos para agir, disse o procurador da República de Paris, François Molins.

“Uma nova equipe de terroristas foi neutralizada e tudo indica – com base em suas armas, sua estrutura organizacional e sua determinação – que o comando poderia ter atacado”, disse o procurador em coletiva de imprensa.

Com base nas informações de três fontes, a agência de notícias Reuters noticiou que o grupo planejava atacar o distrito financeiro de La Defense, na capital francesa.

Uma fonte próxima aos investigadores afirmou que o ataque estava sendo preparado para quinta-feira (19) no distrito onde estão sediadas algumas das maiores empresas da França, como a gigante do petróleo Total e o banco Société Générale.

Várias fontes policiais disseram que os alvos eram o shopping center Quatre Temps e a praça principal do distrito, situado na parte oeste de Paris, segundo a Reuters.

“As forças policiais estavam procurando terroristas que estavam preparando outro ataque, com base em informações dos serviços de contraterrorismo locais e do exterior”, teria dito a fonte próxima à investigação.

Durante a operação, uma mulher morreu, ao explodir um cinto de explosivos preso ao corpo, e outro militante morreu quando a polícia invadiu o apartamento em Saint-Denis. A ação policial foi deflagrada como parte da investigação em torno dos atentados da semana passada, que deixaram 129 mortos.

Segundo Molins, os investigadores ainda não podem divulgar a identidade dos dois mortos e dos oito presos na batida policial. O procurador afirmou que a polícia encontrou um celular que pertencia a um dos autores dos ataques da última sexta-feira.

Mentor dos ataques

O jornal norte-americano “The Washington Post” noticiou que Abdelhamid Abaaoud, o militante islâmico belga de origem marroquina acusado de ser o mentor dos ataques de 13 de Novembro, é um dos dois mortos na batida policial em Saint-Denis. Segundo o jornal, a confirmação teria sido feita por especialistas forenses e por funcionários da inteligência francesa, em condição de anonimato.

Molins afirmou que Abaaoud não foi preso na operação. “Abaaoud e Salah Abdeslam não estão entre os detidos”, disse, referindo-se ao suposto mentor e um suspeito de ter participado dos ataques de sexta-feira que está em fuga.

“Eles estavam esperando encontrar Abdelhamid Abaaoud, mas se depararam com outra coisa – um grupo que estava se preparando para atacar La Defense”, disseram fontes policiais à Reuters.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, também sugeriu a existência de outro plano de ataque. “Essas operações foram conduzidas contra pessoas que podiam ter atacado novamente e, mais uma vez, vemos que crimes, assassinatos e barbaridade foram evitados.”

As fontes policiais que falaram à agência Reuters indicaram que Paris tinha recebido informações sobre o planejado ataque em La Defense do serviço de inteligência de Marrocos, que enviou quatro de seus funcionários à França para ajudar a polícia. (Com agências internacionais)

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