Inflação de dois dígitos e desemprego em alta desmentem Dilma e colocam Levy no patíbulo da degola

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Dilma Rousseff, a presidente, começa a se distanciar do discurso de que a crise econômica é um “momento de travessia”, mas por enquanto não cedeu à pressão do seu criador, o lobista Lula, de demitir o ministro da Fazenda. De igual modo, apesar de ter afirmado que Joaquim Levy fica onde está, ou seja, permanece à frente da Fazenda, Dilma condiciona a permanência do ministro no cargo à solução da crise econômica em 2016.

Quem conhece os bastidores do poder central sabe que, em outras palavras, a fritura de Levy entrou na fase da contagem regressiva. Isso porque os números da economia nacional mostram que qualquer solução, por mais minimalista que seja, não surgirá tão cedo no horizonte verde-louro.

Mesmo com as recentes vitórias no Congresso Nacional – aprovação de itens do pacote fiscal e neutralização da chamada “pauta-bomba” – os palacianos ainda estão às voltas para fechar, com antecedência, a contabilidade do próximo ano. Acontece que esse desfecho nunca chega, pois as previsões do governo são derrubadas mês a mês pela queda na arrecadação tributária. Traduzindo, quando o governo começa a respirar o soluço retorna.

Nesta quinta-feira (19), véspera de feriado prolongado, pelo menos duas informações revelam a extensão da crise que chacoalha o País em todos os quadrantes. Após estabilidade em setembro, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País voltou a registrar em outubro alcançou a marca de 7,9%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa para o mês de outubro desde 2007, quando o índice chegou a 8,7%. Considerando todos os meses, a taxa foi a mais alta desde agosto de 2009 (8,1%).

Para piorar o que já era ruim, o desemprego vem pressionando a renda do trabalhador. De acordo com o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores recuou 0,6% em outubro, na comparação com o mês anterior, e redução de 7% tomando por base outubro de 2014, já descontada a inflação do período. O rendimento médio real dos trabalhadores em outubro foi de R$ 2.182,10, contra R$ 2.194,71 em setembro.

É importante destacar que o rendimento médio alcançou o patamar acima mencionado porque há no País uma parcela da massa laboral que ganha salários elevados, o que compensa os dois terços dos brasileiros que recebem menos de dois salários mínimos por mês.

Fonte de inspiração para os discursos oposicionistas do PT de outrora, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) fixou como salário mínimo ideal em outubro o valor de R$ 3.210,28. Isso mostra que a renda média do trabalhador em outubro, de R$ 2.182,10, segundo o IBGE, está R$ 1.028,18 distante do ideal. Para quem gosta de números, falta 1,3 salário mínimo para a renda média alcançar o nirvana do DIEESE.

No quesito desemprego há uma tríade demoníaca a atormentar a crise econômica: maior número de pessoas procurando emprego, elevação do contingente de demitidos e redução da renda do trabalhador, sem contar a queda do poder de compra dos salários.

Como nem tudo basta para essa caótica receita que embala a barafunda chamada Brasil, a inflação oficial ingressou sem cerimônia na seara dos dois dígitos. De acordo com o IBGE, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, acelerou para 0,85% em novembro, contra 0,66% em outubro. No acumulado de doze meses, a inflação alcançou a marca de 10,28%, maior índice desde 2003.

Isso posto, resta saber quem cai primeiro: a presidente Dilma Rousseff, por conta da pressão popular que ainda está adormecida, ou o ministro Joaquim Levy, que não tem varinha de condão e continua sendo chamuscado pelo fogo nada amigo do alarife Lula.

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