COP21: Dilma atropela o próprio passado e ignora responsabilidade do governo na tragédia de Mariana

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Nesta segunda-feira (3), em Paris, ao discursar na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP21), a presidente Dilma Vana Rousseff não se incomodou em atropelar a própria história, ao mesmo tempo em que preferiu anular a responsabilidade do seu governo na tragédia de Mariana (MG), provocada pelo rompimento das barragens utilizadas por mineradoras, em especial pela Samarco.

Como se jamais tivesse participado da luta armada no Brasil durante a ditadura militar, Dilma abusou da desfaçatez ao prestar solidariedade ao governo francês e à população local em decorrência dos atentados terroristas de 13 de novembro. “O Brasil condena o terrorismo onde quer que ocorra e qualquer que seja a sua motivação”, disse a petista, com a desfaçatez que lhe é peculiar.

A fala da mandatária brasileira torna-se ainda mais absurda e ousada porque, recentemente, a mesma Dilma, em discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, defendeu o diálogo com os terroristas do “Estado Islâmico”. Ou seja, a crise múltipla que sacode o Palácio do Planalto tem levado Dilma a declarações estapafúrdias e que envergonham os brasileiros.

Em relação à tragédia de Mariana, Dilma mais uma vez culpou a empresa, sem revelar que recebeu de uma das controladoras da Samarco, a Vale, polpuda doação de campanha. Fora isso, A presidente demorou sete dias para sobrevoar o local atingido pela lama que avançou com o rompimento das barragens.

No tocante às mudanças climáticas, assunto principal da COP21, a presidente da República afirmou: “Temos enfrentado secas no Nordeste, chuvas e inundações no Sul e no Sudeste do País. O fenômeno El Niño nos tem golpeado com força”. Ao contrário do “chororô” oficial, Dilma omitiu dos chefes de Estado e de governo, que participaram da abertura oficial da COP21, que durante a corrida presidencial do ano passado seus aliados usaram a crise hídrica em São Paulo como ferramenta de campanha e para estocar seu adversário, Aécio Neves (PSDB-MG).

“A ação irresponsável de uma empresa provocou recentemente o maior desastre ambiental da história do Brasil na grande bacia hidrográfica do Rio Doce. Estamos reagindo a um desastre por medida de redução de danos, apoio as populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia”, disse a presidente.

Muito estranhamente, na contramão do discurso de Dilma, recentemente a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, classificou como acidente, não como tragédia, um crime que tem a participação explícita do governo federal. No momento em que a União chama para si a propriedade do subsolo do território nacional, cobrando royalties pela exploração do mesmo, cabe ao Estado fiscalizar as atividades das mineradoras. Por isso é que existe o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia e que ao longo dos anos foi sucateado pelo Palácio do Planalto.

Para se ter ideia do grau de irresponsabilidade do governo, o DNPM tem atualmente apenas quatro ficais para quase quinhentas barragens, como já noticiado pelo UCHO.INFO. Isso significa que outras tragédias como a de Mariana podem ocorrer a qualquer momento no País.

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