Economia encolhe 1,7% no terceiro trimestre, pior resultado para o período desde 1996, e reforça a crise

crise_1002

Foram tantos os equívocos na condução da política econômica, que Dilma Rousseff agora só tem olhos para a crise que pode lhe ceifar o mandato presidencial: seja por pressão popular, o que é difícil de acontecer, seja por crime de responsabilidade, algo com maior possibilidade.

A situação da economia brasileira é tão caótica, que qualquer pequena mudança pouco representará. Desde a chegada da petista ao poder central, a economia nacional mergulhou em um processo de deterioração difícil de ser revertido. Prova maior dessa irresponsabilidade foi anunciada nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): entre julho e setembro, a economia verde-loura encolheu 1,7%, na comparação com o trimestre anterior. Trata-se da terceira queda consecutiva, fazendo com que a recessão atual seja a mais longa desde 1990, quando o Produto Interno Bruto (PIB) recuou por quatro trimestres seguidos.

A queda anunciada pelo IBGE representa o pior resultado para um terceiro trimestre desde o início da série história do IBGE, em 1996. Em relação ao mesmo período de 2014, o recuo foi ainda maior: 4,5%. Em ambas as comparações, as quedas foram registradas em todos os setores, o que confirma o aprofundamento da crise no País.

Para piorar o que já era ruim, os números do primeiro e do segundo trimestres foram revisados para baixo. De janeiro a março, a queda ante o mesmo período de 2014 era de 1,6% e passou para 2%, enquanto a de abril a junho, o recuo havia sido de 2,6%, na mesma base de comparação, e agora foi calculado em 3%.

De acordo com o IBGE, o recuo é fruto da queda das importações e da produção interna de bens de capital, cenário que recebeu o “apoio” do desempenho negativo da construção civil. As importações encolheram 20% entre e julho e setembro, na comparação com o mesmo período de 2014, também a maior queda da série histórica. Com grande peso no cálculo do PIB, o setor de serviços registrou queda de 1%, na comparação com o segundo trimestre deste ano. Em relação ao mesmo período de 2014, o recuo foi de 2,9%.

Na indústria, o câmbio em cenário mais favorável não impediu que o setor registrasse queda de 1,3% no terceiro trimestre do ano, ante o período anterior. Na comparação com 2014, a queda é de 6,7%. Sempre considerada o fio de esperança da economia no período de julho a setembro, a agropecuária recuou 2,4% e 2%, considerando as mesmas bases de comparação.

Todos esses indicadores se unem no quadro de queda do consumo interno. Isso porque a receita atual da economia brasileira mescla ingredientes explosivos, como inflação alta e resistente, alta do desemprego, elevação das taxas de juro, queda da renda do trabalhador e derretimento do poder de compra do salário. Fora isso, a expectativa do consumidor em relação ao futuro também ajuda a turbinar a crise.

É fato que o brasileiro é conhecido por ter memória curta, mas é preciso voltar no tempo e ressuscitar os depoimentos de Dilma Rousseff durante a corrida presidencial do ano passado. Na ocasião, correndo atrás de um novo mandato, a presidente-candidata vendeu à parcela incauta da população a falsa ideia de que o Brasil é a versão moderna e tropical do “País de Alice”, aquele das maravilhas. Disse também a petista que a inflação estava próxima de zero e que a economia retomaria a rota de crescimento em um piscar de olhos. Enfim…

apoio_04