Em discurso anual, Putin volta a acusar Turquia de “encher os bolsos” com petróleo roubado pelo EI

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Em seu pronunciamento anual sobre o estado da nação, na quinta-feira (3), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a atacar o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a quem acusou de “encher os bolsos com petróleo roubado” na Síria e no Iraque pelo Estado Islâmico (EI). O russo ainda afirmou que a Turquia haverá de “se arrepender” por ter derrubado um avião russo perto da fronteira com a Síria, no dia 24 de novembro.

Desde a derrubada do aça russo, Moscou vem criticando a Turquia com frequência. De acordo om Erdogan, o avião russo invadiu o espaço aéreo turco e sua tripulação não respondeu a diversas advertências enviadas pelos militares da Turquia. Já a Rússia alega que permaneceu o tempo todo em território sírio e que nenhum aviso chegou aos dois pilotos. Um desses oficiais morreu e o outro foi resgatado.

Na semana passada, Putin já havia acusado os turcos de comprar petróleo roubado pelo Estado Islâmico na Síria. Ele também afirmou que a derrubada do caça teve como objetivo garantir as vias de fornecimento para a Turquia. Em resposta, Erdogan prometeu renunciar se a acusação for comprovada.

O presidente russo disse em seu discurso desta quinta-feira que a ação da Turquia foi um “crime de guerra” e que o seu país “não vai se esquecer” do que aconteceu. No entanto, ele alegou que não vai recorrer a armas para atacar os turcos. “Que não esperem uma reação nervosa e histérica, perigosa para nós mesmos e para o resto do mundo”, afirmou.

Uma das medidas já adotadas por Putin para repreender a Turquia são as sanções econômicas anunciadas na última semana. Elas proíbem a extensão de contratos de trabalhos de turcos que trabalham na Rússia e barram a entrada de algumas mercadorias, como produtos agrícolas. No mais, o presidente russo pediu o fim de voos fretados entre os dois países e que empresas de turismo deixem de vender pacotes turísticos para a Turquia.

O russo ressaltou que sua resposta aos turcos não vão se limitar às sanções. “Se alguém pensa que cometer um crime de guerra e matar nossa gente lhe custará alguns tomates, se equivoca. Voltaremos a lembrar o que fizeram e ainda o lamentarão mais de uma vez. Sabemos o que devemos fazer”, finalizou.

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