PT decide afastar Delcídio, mas presidente da legenda continua protegendo o pedófilo da Casa Civil

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“Aos amigos favores, aos inimigos a lei.” Eis a frase célebre de Niccolò di Bernardo dei Machiavelli, o Maquiavel, que cai como final luva de pelica sobre a incoerência do Partido dos Trabalhadores. Depois de divulgar, no último dia 25 de novembro, nota em que afirmou não ter a obrigação de prestar solidariedade ao senador Delcídio Amaral (MS), preso pela Polícia Federal por tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato, o PT reuniu-se nesta sexta-feira (4) para deliberar sobre o futuro do ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado Federal.

A nota foi assinada por Rui Falcão, presidente nacional da legenda, que também contribuiu para que um pedido de impeachment da presidente da República fosse aceito pela Câmara dos Deputados. Isso porque Dilma vinha barganhando com Eduardo Cunha a aprovação da CPMF em troca de apoio ao peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.

Reunida na capital paulista, a cúpula do PT decidiu afastar Delcídio Amaral e, ato contínuo, abrir processo no conselho de ética do partido para decidir o que fazer com o ainda senador. Falcão, que luta desesperadamente para passar à opinião pública a ideia de que o PT é um ninho de probidade, o que poderia ajudar a salvar um partido que está esfacelando, defendeu a expulsão sumária, também seguida por uma ala da legenda. Contudo, prevaleceu a tese de que é preciso seguir o cronograma de afastamento seguido de julgamento.

Ao contrário do tratamento recebido pelos mensaleiros, que tiveram direito a manifestações dos “companheiros” em prol da presunção de inocência e do direito ao contraditório e à ampla defesa, Delcídio foi simplesmente atirado aos leões, como se até o momento de sua prisão não tivesse prestado algum serviço ao partido. É importante lembrar que a situação dos petistas mensaleiros só não foi pior porque Delcídio Amaral, como presidente da CPMI dos Correios, manobrou em favor daqueles que imaginavam serem seus companheiros. Quem tiver dúvidas a respeito do assunto que pergunte ao deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPMI dos Correios.

Rui Falcão é um fantoche de luxo nas mãos do dono do partido, Luiz Inácio da Silva, que desmancha-se politicamente no rastro das investigações acerca de casos de corrupção e tráfico de influência. Muito estranhamente, o presidente do PT não teve coragem de expulsar José Dirceu do partido, pois teme que o ex-chefe da Casa Civil, preso na Operação Lava-Jato, se transformar em uma bomba-relógio caso decida contar o que sabe às autoridades. Dirceu sabe tano acerca das malandragens dos “companheiros”, que teria dito a pessoa próxima que não fará delação premiada por temer ser assassinado quando estiver em liberdade. Ou seja, prefere a segurança da prisão ao risco da liberdade.


Outro caso que rasga esse “bom mocismo” repentino de Rui Falcão é o do pedófilo Eduardo Gaievski, que certa feita foi guindado ao status de assessor especial da Casa Civil pelas mãos da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), a Joanna D’Arc das Araucárias, também investigada na Operação Lava-Jato e na Operação Pixuleco II. Trabalhando a poucos metros do gabinete de Dilma Rousseff, o pedófilo foi responsável, durante oito meses, pelos programas do governo federal para crianças e adolescentes. Tudo no melhor estilo raposa tomando conta do galinheiro.

Gaievski, que por questão de horas não foi preso no Palácio do Planalto, foi capturado quando se preparava para fugir com destino ao Paraguai e atualmente já foi condenado a mais de cem anos de prisão. Contando os outros processos a que responde por pedofilia, o protegido de Gleisi deve ser condenado a mais cem anos de reclusão.

Comparando a atitude de Delcídio Amaral com a do pedófilo Eduardo Gaievski, o senador sul-mato-grossense com certeza mereceria tratamento melhor por parte da “companheirada”. Como nada no PT tem lógica, Gaievski continua regularmente filiado ao partido. Apesar de um dos processos mostrar que esse delinquente praticou sexo oral com uma criança de cinco anos, o que é motivo mais que suficiente para ser expulso do partido.

O UCHO.INFO não tem procuração para defender Delcídio Amaral, que por diversas vezes elogiou o trabalho deste site e do seu editor, mas cobra do presidente do PT um mínimo de coerência, se é que esse vernáculo faz parte do cotidiano do partido que em pouco mais de uma década conseguiu arruinar a economia nacional e protagonizar o maior escândalo de corrupção da história da humanidade. Enfim…

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