Dissidentes do PMDB recorrem a Michel Temer para despejar Picciani da liderança do partido na Câmara

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Confirmando notícia do UCHO.INFO, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), pode ser apeado do cargo a qualquer momento. Isso porque o parlamentar, contrário ao impeachment da petista, insiste em indicar à comissão processante políticos alinhados ao Palácio do Planalto. Essa manobra, que já foi devidamente recompensada pela própria presidente da República, daria a Dilma a oportunidade de escapar do impedimento.

Horas depois da divulgação da carta com “tom jihadista”, conforme os palacianos, em que Michel Temer (PMDB) quase que oficializa o rompimento com Dilma Rousseff, deputados do PMDB reuniram-se com Temer no Palácio do Jaburu, na manhã desta terça-feira (8), para pedir apoio para ejetar Picciani da liderança do partido na Câmara.

Os rebelados do PMDB afirmam ter 32 das 34 assinaturas necessárias (de uma bancada de 66 deputados) para derrubar Picciani, que negociou a reforma ministerial de forma isolada, puxando para si as benesses de um escambo imundo e condenável.

Liderando os peemedebistas dissidentes está o deputado Lúcio Vieira Lima (BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, próximo a Temer e defensor do impeachment.


No caso de a derrubada de Leonardo Picciani se confirmar, como antecipou este portal, o Palácio do Planalto contabilizará mais uma derrota nesse período de acirramento da crise política que chacoalha o governo. Além de perder o controle sobre a bancada peemedebista na Casa legislativa, o governo corre o risco de não ter ao lado o maior partido da chamada base aliada, o que comprometeria sobremaneira as votações vindouras.

Há nessa queda de braços com Picciani interesses regionais do PMDB. O líder peemedebista é filho de Jorge Picciani, espécie de xerife do PMDB no Rio de Janeiro, base política do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Jorge Picciani é temido no estado por mostrar-se ponderado publicamente, mas de agir de maneira nada republicana nos bastidores. Tanto é assim, que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), preferem não entrar em rota de colisão com Picciani, o pai.

Apenas a título de registro, as negociações entre a presidente Dilma Rousseff e o líder do PMDB acerca das contrapartidas do governo passaram pelo crivo de Jorge Picciani, que está às voltas com um escândalo que o transformou a família em sócia de um defunto em empresa de mineração no Rio de Janeiro. Quando o assunto vem à tona, Picciani, o pai, perde o controle e ameaça recorrer à Justiça.

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