Impeachment: procurada por dissidentes da base, oposição lança chapa alternativa para comissão

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Líderes da oposição anunciaram na segunda-feira (7) que lançarão chapa alternativa para disputar a eleição que definirá a composição da comissão processante encarregada de analisar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada após os oposicionistas serem procurados por dissidentes de partidos da base do governo, entre eles o PMDB, que não haviam sido indicados para o colegiado pelos seus líderes devido a forte pressão do Palácio do Planalto para que se montasse uma comissão chapa branca.

Com o lançamento da chapa, a eleição para os integrantes do colegiado, que aconteceria na segunda-feira no plenário da Câmara, foi transferida para a tarde desta terça-feira. O prazo para a inscrição das chapas também foi prorrogado para terça.

“Os dissidentes dos partidos da base nos procuraram para oferecer nomes para essa chapa alternativa. Se nós não aceitássemos nomes para essa chapa alternativa nós estaríamos dizendo não a esses dissidentes que poderão e querem votar pelo impeachment. Por isso nós anunciamos a chapa e vamos aguardar até amanhã para fechar a lista com nomes que fazem parte da base do governo”, explicou o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR).

Bueno anunciou a decisão da oposição ao lado dos líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Mendonça Filho (PE), do SD, Paulinho da Força (SP), e do deputado Alex Manente (PPS-SP), indicado pelo partido para integrar a comissão especial.


De acordo com Rubens Bueno, o quadro mudou e a oposição conquistou mais apoio para aprovar o impeachment e desarticular a ação do governo para controlar a comissão.

“É evidente que muda o quadro. E isso nasceu da base do governo. Descontentes com suas lideranças, porque o governo queria impor, via líderes da base, uma comissão com votos já definidos contra o impeachment, eles nos procuraram. Dilma e seus aliados queriam impor ao Congresso Nacional uma definição (sobre o impeachment) que cabe a cada membro desta Casa e, sobretudo, ao plenário da Câmara. O governo pensa que manda aqui, mas não manda não”, ressaltou o líder do PPS.

O deputado também rebateu a alegação do PT e de governistas que o movimento pelo impeachment é uma tentativa de golpe. “Nosso trabalho e nossa luta é pelo impeachment, dentro das regras da Constituição e da legislação em vigor, como foi lá em 1992, quando o PT propôs o impeachment contra Fernando Collor, em 1994, quando pediu o impeachment de Itamar Franco, e em 1999, quando propôs o impeachment de Fernando Henrique Cardoso. O PT sempre propôs o impeachment e agora, contra eles, é golpe?”, questionou o líder do PPS.

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