Oposição e dissidentes da base impõem derrota acachapante a Dilma e impeachment arranca

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O governo da presidente Dilma Vana Rousseff sofreu no início da noite desta terça-feira (8) uma derrota acachapante na Câmara dos Deputados ao ser derrotado pela oposição e dissidentes da base na eleição que escolheu os parlamentares que vão compor a comissão especial que analisará o pedido de impeachment da petista. A chapa Unindo o Brasil, formada por 39 deputados de 13 partidos, conquistou 272 votos contra 199 da nominata chapa branca coordenada pelo Palácio do Planalto.

“Foi uma arrancada para o impeachment, que está cada vez mais perto. Ficou claro que agora faltam poucos votos para conseguirmos aprovar o afastamento da presidente Dilma, abrindo espaço para o Senado dar início ao processo de impeachment. O governo, com sua soberba e desrespeito aos aliados e demais partidos, sofreu uma derrota acachapante”, resumiu o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR). Ele lembrou ainda que agora começa o trabalho na comissão especial, com tempo necessário para que os defensores do impeachment recomendem a abertura do processo e, em seguida, conquistem mais 70 votos para alcançar os 342 necessário para que Dilma saia do cargo por 180 dias e seja julgada no Senado.

Rubens Bueno ressaltou ainda que o plenário da Câmara, ao optar pela chapa alternativa, deu uma resposta para a sociedade. “O povo nas ruas cobra o afastamento da presidente que mergulhou o país numa crise econômica, política, ética e moral sem precedentes. Sua popularidade é a mais baixa possível e ela já não governa e não tem condições de se recuperar. O nome da crise é Dilma e ele precisa ser afastada”, defendeu o parlamentar.

A vitória do movimento suprapartidário que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff teve início às 13h50, quando o grupo registrou a chapa alternativa Unindo o Brasil. Deputados do PPS, PSDB, DEM, SD, PMDB, PSB, PSD, PTB, PSC, PMB, PP, PEN e PHS integram o colegiado, que agora receberá outros 26 parlamentares das legendas que não fazem parte da chapa. Esses nomes também terão que ser eleitos pelo plenário. Mesmo assim, o grupo da oposição e dissidentes da base terá maioria na comissão.

O líder do PPS afirmou ainda que a construção da chapa se deu num prazo recorde e aconteceu depois que deputados da base insatisfeitos com o governo procuraram os líderes da oposição propondo a chapa alternativa. “Chegamos a garantir a presença de deputados de 13 partidos, mas poderíamos ter chegado até 15 se nosso prazo fosse maior”, relatou o deputado, lembrando que parlamentares de outras duas legendas não tiveram tempo de assinar o documento de registro da chapa. Pelo PPS, integram a chapa os deputados Alex Manente (SP), como titular, e Moses Rodrigues (CE), na condição de suplente.

Com a movimentação desta terça-feira, avalia Rubens Bueno, o movimento contra Dilma começa a crescer ainda mais dentro e fora do Congresso. “O impeachment é hoje uma exigência da sociedade brasileira. O governo queria montar uma comissão chapa branca e na verdade atuava para agilizar o processo com o objetivo de engavetar logo o pedido de afastamento de Dilma. Disputando e vencendo nós vamos ter na comissão a maioria da oposição e dos deputados dissidentes pró-impeachment. Esse é o caminho que nós estamos trilhando”, explicou.

Além da disputa pela indicação dos membros da comissão especial que vai analisar a abertura do processo de impeachment, o grupo também organizará vários atos que se espalharão no Congresso e pelo País afora. “Vamos preparar movimentos aqui dentro e junto a diversos setores da sociedade. Esse já é um encaminhando dessa chapa alternativa que buscar dar atenção e visibilidade para esse processo de impeachment. Temos que tratar isso com o cuidado que deve ser dado. Os movimentos populares querem se manifestar nas ruas a favor do impeachment. Por outro lado, o parlamento tem que cumprir o seu papel e isso se dará até fevereiro ou março, quando teremos a decisão final da comissão especial”, defendeu.


Confira os titulares da chapa Unindo o Brasil:

PPS

Alex Manente (SP)

PSDB

Carlos Sampaio (SP)
Bruno Covas (SP)
Nilson Leitão (MT)
Valdir Rossoni (PR)
Shéridan Oliveira (RR)
Paulo Abi-Ackel (MG)

Democratas

Mendonça Filho (PE)
Rodrigo Maia (RJ)

PSB

Fernando Coelho (PE)
Bebeto Galvão (BA)
Danilo Forte (CE)
Tadeu Alencar (PE)

PSD

Sóstenes Cavalcante (RJ)
Evandro Roman (PR)
João Rodrigues (SC)
Delegado Éder Mauro (PA)

PMB

Major Olimpio (SP)

PMDB

Osmar Terra (RS)
Lúcio Vieira Lima (BA)
Lelo Coimbra (ES)
Carlos Marun (MS)
Manoel Júnior (PB)
Osmar Serraglio (PR)
Mauro Mariani (SC)
Flaviano Melo (AC)

PEN

André Fufuca (MA)

PHS

Kaio Maniçoba (PE)

PP

Jair Bolsonaro (RJ)
Jerônimo Goergen (RS)
Odelmo Leão (MG)
Luís Carlos Heinze (RS)

Solidariedade

Paulinho da Força (SP)
Fernando Francischini (PR)

PTB

Benito Gama (BA)
Ronaldo Nogueira (RS)
Sérgio Moraes (RS)

PSC

Eduardo Bolsonaro (SP)
Marco Feliciano (SP)

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