PMDB da Câmara confirma notícia do UCHO.INFO e despeja Leonardo Picciani da liderança

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Durou pouco a brincadeira de Leonardo Picciani como líder do PMDB na Câmara dos Deputados. Acusado de traição aos demais integrantes da legenda e de criticar o conteúdo da carta de Michel Temer à presidente da República, Picciani foi apeado do cargo na manhã desta quarta-feira (9), confirmando informação antecipada pelo UCHO.INFO.

Querendo fazer na Câmara dos Deputados o que o pai, Jorge Picciani, faz na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o líder do PMDB ignorou a hierarquia partidária e chamou para sim todas as benesses da recente reforma ministerial patrocinada por Dilma Rousseff. Picciani, o filho, indicou ministros, alguns dos quais desalojaram apaniguados de Temer, situação que criou um enorme desconforto na cúpula da legenda.

Nos últimos dias, Leonardo Picciani tomou a decisão, de forma isolada, de indicar à comissão processante do impeachment deputados favoráveis ao governo, o que irritou sobremaneira boa parte da bancada. Tanto é assim, que essa intifada rendeu ao governo de Dilma Rousseff a histórica derrota na eleição da chapa que integrará a comissão especial responsável pela análise do pedido de impedimento da petista.

Quando a temperatura começou a subir na bancada peemedebista, o UCHO.INFO afirmou que Picciani poderia romper a terça-feira sem o cargo de líder. O fato não se consumou no tempo previsto porque no meio do caminho havia a tumultuada escolha dos membros da comissão processante. Mesmo assim, nas primeiras horas desta quarta-feira, deputados do PMDB protocolaram na Mesa Diretora da Câmara a documento informando o nome do novo líder da bancada. Trata-se de Leonardo Quintão, do PMDB de Minas Gerais.


Preocupado com a possibilidade de perder não apenas a liderança do partido, mas os cargos que cabalou na reforma ministerial, Leonardo Picciani pediu socorro a peemedebistas fluminenses. Deputados federais eleitos e licenciados, Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador Sérgio Cabral Filho) e Pedro Paulo deixaram as secretarias de Esportes e Coordenação de Governo do Rio de Janeiro, respectivamente, para, de volta à Câmara, ajudar Picciani a permanecer no cargo. Contudo, a manobra não deu certo por falta de tempo.

De acordo com o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), Picciani foi “totalmente insensível” aos apelos da ala pró-impeachment para que dividisse as oito indicações da legenda para a comissão processante. “Se tivesse dividido 5/3 ou 4/4, não teria havido ruptura. Mas ele disse que ia exercer a prerrogativa de líder para indicar quem fosse mais adequado”, afirmou o parlamentar gaúcho. “Agora vai pagar o preço de não ter sido líder da bancada, mas do governo”, completou Terra, que capitaneou o movimento de derrubada do líder ao lado de Darcísio Perondi (RS), Lúcio Vieira Lima (BA) e Lelo Coimbra (ES). Nessa empreitada os rebelados contaram com o apoio do presidente nacional do partido, Michel Temer.

Esse episódio deveria servir para Leonardo Picciani repensar sua atuação como parlamentar, mas sua escola política (o pai) não disponibiliza espaço para essa importante e necessária dose de humildade. Leonardo Picciani continuará sendo o garotinho mimado e autoritário do Rio de Janeiro que crê ser o parlamento a cozinha da casa do pai.

A grande questão, a partir de agora, é decidir como devolver a Dilma Rousseff os cargos recebidos como contrapartida à defesa do governo, plano que desmoronou pela inexperiência da presidente da República e pela gula política de Picciani. Longe dos afazeres como líder partidário, o deputado fluminense terá tempo para cuidar da pedreira que ele a família têm em sociedade com um defunto.

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