Eventual rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela Moody’s reforçará cenário da crise

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Na quarta-feira (9), a agência de classificação de risco Moody’s colocou o rating de emissor e de bônus “Baa3” do Brasil em revisão para provável rebaixamento.

De acordo com a agência, a revisão é guiada pela rápida e material deterioração macroeconomia e das tendências fiscais e pela difícil probabilidade de reversão da tendência nos próximos dois a três anos.

A Moody’s avaliará, durante a revisão, a probabilidade de maior deterioração na posição fiscal do governo diante do cenário-base da agência para ratings de nível “Baa3” e a perspectiva de aumento rápido e mais significativo na trajetória de dívida do governo “no contexto de elevada incerteza política, declínio na confiança do investidor e recessão mais profunda que a esperada”.

A agência também afirma que os indicadores fiscais e de atividade econômica continuam se deteriorando fortemente, sem sinal de quando atingirão o fundo do poço.

“A rápida e material piora das condições macroeconômicas estão levando a Moody’s a reavaliar a extensão com que o desempenho fiscal e econômico estará de acordo com o rating Baa3 do Brasil”, alertou a agência em relatório.


No caso de confirmação do anúncio da Moody’s, a situação do Brasil no cenário de captação de investimentos estrangeiros piorará sobremaneira por conta do grau especulativo. Diante disso, o máximo que o País pode esperar é a chegada de capital especulativo, já que a atuação do governo para reverter o atual quadro econômico é lenta e sem perspectiva de produzir resultados no curto prazo.

Isso significa que o Brasil continuará sofrendo na infraestrutura, setor essencial para, vencida as primeiras etapas da crise, essencial para reaquecer a economia, mesmo que esse movimento seja inicialmente lento. Preocupados em construir a defesa de da presidente Dilma Rousseff, caso prospere o pedido de impeachment, os palacianos não têm olhos para outras questões, que não a de salvar o mandato da petista.

A equipe econômica do governo que se sustenta no tripé formado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e pelo Banco Central, terá dificuldades ainda maiores mais adiante, pois a crise econômica é refém de um descompasso político que só cresce, sem dar qualquer sinal de possibilidade de arrefecimento nos próximos meses. Considerando que o Brasil para entre o Natal e o Carnaval, a crise deve comear 2016 com mais fôlego do que já exibiu até agora.

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