Muito além das profecias palacianas, prévia da inflação chega a 10,71%, maior índice em 13 anos

inflacao_1006

Preocupada apenas em salvar o próprio mandato, que está na mira de um conturbado processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff simplesmente deu as costas para a crise econômica que chacoalha o País e tira o sono dos brasileiros. O descaso da presidente é tamanho, que ela deixou de entoar o discurso de que a crise é um “momento de travessia”. Como tem afirmado o UCHO.INFO, a petista não revela o tempo da travessia e muito menos o ponto final da viagem, que pode ser o abismo do caos.

Confirmando as previsões deste portal acerca da economia brasileira, o quarto trimestre começou registrando uma nova baixa do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB. O IBC-Br, referência para avaliar o desempenho da economia ao longo dos meses, registrou em outubro baixa de 0,63%, com ajuste sazonal. Trata-se da oitava queda consecutiva na série com ajuste. Isso porque, com as revisões feitas pelo BC, o indicador, que ainda apresentava alta em maio, ingressou naquele mês no campo negativo.

O IBC-Br de outubro, que ficou em 138,17 pontos pela série com ajuste sazonal, é o menor da série histórica do Banco Central desde agosto de 2010. Naquele mês, o indicador exibia 137 pontos. Já na série sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu a marca de 141,05 pontos em outubro, o que representou um aumento de 0,56% na margem – em setembro o IBC-Br estava em 140,27 pontos.

A gravidade da crise econômica, que tem provocado efeitos colaterais devastadores no cotidiano dos cidadãos, tem obrigado empresários da indústria e do comércio a adotar medidas drásticas, como “nunca antes na história deste país”. Na última semana, portanto quinze dias antes do Natal, comerciantes decidiram antecipar as liquidações e promoções como forma de conseguir recursos para o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, cujo prazo termina nesta sexta-feira (18).


Apesar desse esforço em cima da hora, a medida pode não ter alcançado os resultados esperados, já que os empresários continuam a correr atrás dos bancos em busca de fôlego financeiro para virar o ano, que promete não ser dos melhores, pelo contrário.

Essa retração no consumo, que vem crescendo nos últimos meses, decorre da alta da inflação, que por sua vez derrete o poder de compra do salário do trabalhador. Fora isso, a incerteza em relação ao futuro faz com que o brasileiro redobre a cautela na hora de consumir.

Considerando que os números não mentem, mas desmentem os ufanistas palacianos, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 1,18% em dezembro, ante avanço de 0,85% em novembro. Trata-se da maior alta para o mês em treze anos. O movimento de alta foi provocado pela elevação dos preços de alimentos e transportes. Com esse resultado, o IPCA-15 fechou o ano em 10,71%, também o maior patamar desde 2002 (11,99%) e muito além do teto (6,5%) do plano de metas estabelecido pelo governo.

Na quinta-feira (17), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconheceu oficialmente, pela primeira vez, que será obrigado a escrever carta aberta ao ainda ministro da fazenda, Joaquim Levy, informando os motivos que levaram a inflação oficial a superar o teto da meta, descumprindo as regras do programa inflacionário do governo. Nos últimos dezessete anos, apenas em três ocasiões os presidentes do BC tiveram de redigir carta aberta ao titular da Fazenda. Isso mostra que Dilma Rousseff, que continua acreditando ser economista, é um fiasco na condução do País.

apoio_04