Crise econômica: especialistas do mercado financeiro preveem recessão ainda maior em 2016

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Quando o UCHO.INFO afirmou, meses atrás, que Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registraria em 2015 queda de 3% ou mais, muitas foram as críticas dos palacianos, que mais uma vez entoaram o discurso do “quanto pior, melhor”. Na verdade, nossas previsões sempre tiveram como base o bom senso e a experiência de décadas de jornalismo, período em que o editor, em especial, acompanhou as gangorras que marcaram a economia nacional ao longo do tempo.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central, os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País apostam em queda de 3,70% do PIB em 2015, contra 3,62% da previsão anterior. Para 2016, os especialistas preveem queda do PIB de 2,80%, contra 2,67% da estimativa anterior.

Mesmo com o ano caminhando para o seu final, a projeção para o IPCA de 2016 subiu mais um degrau no Boletim Focus: saltou de 6,80%, previsão da semana anterior, para 6,87%. Diante desse quadro que mostra que o ano vindouro será de acirramento da crise, o BC já anunciou que não mais focará o combate à inflação em 2016, mas no ano seguinte.


O objetivo do BC é, em tese, levar o mais temido fantasma da economia para o centro do plano de metas estabelecido pelo governo, que é de 4,5%, como margem de oscilação de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em relação ao corrente ano, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 10,61% para 10,70%, décima quarta semana de alta consecutiva.

Para piorar o que já é ruim, os economistas estimam que a taxa básica de juro, a Selic, encerrará o ano de 2016 em 14,75% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2015, a maioria dos integrantes do colegiado manteve a Selic inalterada, mas com dois votos dissidentes de alta (0,50 pp). Na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 20 de janeiro, não está descartada a elevação da Selic, mesmo que seja de o,25 ponto percentual.

No tocante ao câmbio, faltando poucos dias para a virada do ano, o mercado financeiro pouco alterou a aposta para o comportamento das principais moedas estrangeiras. De acordo com o Boletim Focus, o dólar deve chegar em 31 de dezembro valendo a R$ 3,90, aposta idêntica à previsão da semana anterior. Há um mês, a previsão era de R$ 3,95. Para o encerramento de 2016, a aposta é que o dólar deve alcançar a marca de R$ 4,20, oitava alta consecutiva.

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