Economistas apostam em inflação de 10,72% em 2015 e Selic de 15,25% no próximo ano

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Dilma Vana Rousseff, a presidente, cancelou o ócio natalino para se dedicar à crise econômica, mas os números mostram que esse suposto esforço de última hora de nada servirá. Isso porque a última edição do ano do Boletim Focus, do Banco Central, aponta para um cenário ainda pior da economia nacional.

Ouvidos pelo BC, os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País preveem que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar o ano de 2015 em 10,72%, muito além do teto do plano de metas estabelecido pelo governo, que é de 6,5%. Na previsão da semana anterior, os economistas apostavam em IPCA na casa de 10,70%. Se confirmada a última aposta do ano para a inflação oficial, será o maior índice em 13 anos, ou seja, desde 2002 – quando o IPCA ficou em 12,53%. A situação da economia é tão grave, que o próprio Banco Central anunciou que estima que a inflação deve encerrar o ano em 10,8%, muito distante do centro da meta, que é de 4,5%.

Para 2016, os profissionais do mercado financeiro estimam que o IPCA deve fechar o período em 6,86%, contra 6,87% da previsão anterior. Contudo, o ligeiro recuo nada representa, pois ainda existem doze meses para serem enfrentados até o final do próximo ano. Considerando que o governo petista de Dilma Rousseff não sabe como lidar com a crise, a situação há de piorar.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o cenário é igualmente desastroso e preocupante. De acordo com o Boletim Focus, os especialistas mantiveram a estimativa de contração da economia verde-loura na casa de 3,7%. Confirmada a previsão, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrada queda de 4,35%.


Para 2016, os economistas das instituições financeiras elevaram de 2,80% para 2,81% a expectativa de retração do PIB. Trata-se da décima segunda queda consecutiva na previsão para o PIB do próximo ano. No caso de se confirmar a estimativa, pela primeira vez que o País registrará dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou em 1948.

O quadro econômico nacional piora sobremaneira quando analisadas as estimativas para a taxa básica de juro, a Selic. Segundo os especialistas ouvidos pelo BC, após a manutenção da Selic em 14,25%, em novembro, o maior nível dos últimos nove anos, o mercado manteve a aposta de que a taxa de juro voltará a subir em janeiro do próximo ano, para 14,75% ao ano.

No tocante à Selic de 2016, a aposta dos economistas saltou de 14,75% para 15,25% ao ano, o que permite concluir que novos aumentos do juro básico da economia ocorrerão ao longo do próximo ano. Isso significa que o consumo interno cairá ainda mais, pois o crédito ao consumidor ficará mais caro e difícil, ao mesmo tempo em que a dívida do governo subirá.

Para piorar o que há muito é ruim, os economistas preveem que o dólar deve encerrar 2015 valendo R$ 3,90, ao passo que em 2016 a moeda norte-americana poderá chegar, ao final do período, à marca de R$ 4,20. Esses números do mercado de câmbio revelam que o governo terá dificuldades para conter a inflação, já que até meses atrás essa batalha contava com a desvalorização do dólar frente ao real como arma eficaz.

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