No embalo de crise sem precedentes, Dilma se agarra ao ufanismo palaciano e tenta ressuscitar o PAC

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Enquanto o mercado financeiro internacional coloca a grave crise político-econômica do Brasil como um dos dez principais riscos para a economia global em 2016, a presidente Dilma Rousseff, abusando mais uma vez da dissimulação, deve anunciar ainda em janeiro ao menos três medidas e propostas para viabilizar a retomada do crescimento do País. Isso sem abandonar o ajuste fiscal, que poderia ser melhor caso o governo concordasse em desaparelhar a máquina e reduzir os gastos, muitos deles desnecessários.

Vítimas de autismo político e esquizofrenia administrativa, os palacianos referem-se ao plano como “novo PAC”, como se as versões anteriores do Programa de Aceleração do Crescimento tivessem sido um estrondoso sucesso. A prioridade do plano do governo é a construção civil, setor que mergulhou em impressionante marasmo, seja pela demissão de trabalhadores (500 mil perderam o emprego), seja pela queda nas vendas, confirmando as previsões feitas pelo UCHO.INFO desde 2014.

Quando o governo afirma que retomará o caminho do crescimento econômico sem comprometer o plano de ajuste fiscal, fica clara a esquizofrenia administrativa, pois as empresas da construção civil cobram a retomada da terceira fase do programa “Minha Casa, Minha Vida” e o pagamento das obras já executadas, cujos atrasos já ultrapassam em alguns casos os 120 dias. Se o tal ajuste focou em cortes orçamentários variados, inclusive no programa “Minha Casa, Minha Vida”, o governo dá mostras incontestes de que a gastança continuará correndo solta.


Na verdade, essa estratégia visa criar uma plataforma que garanta ao PT um cenário menos complexo nas eleições municipais deste ano, não estimular a economia. Fora isso, a partir de 1º de fevereiro a presidente da República voltará ao centro da batalha que surgiu a partir da admissibilidade do processo de impeachment, por isso Dilma quer vender à opinião pública um quadro mais positivo, mesmo que enganoso, como forma de minimizar o maciço apoio da população à sua derrocada política.

A ideia central desse plano é despejar sobre a população um discurso contrário ao da oposição, que de forma didática vem mostrando que o governo bandoleiro do PT arruinou a economia, débâcle impulsionada pela teimosia de Dilma Rousseff, que não deu ouvidos aos muitos alertas dos economistas e de parte da imprensa, a começar por este portal.

A presidente, nos últimos meses, tem se valido da cantilena de que a oposição aposta no “quanto pior, melhor”, mas isso é uma monumental mentira, uma vez que a própria Dilma, como responsável maior pela economia nacional, levou o País ao caos. Agora, sem saída, a petista busca uma solução mentirosa, a exemplo do que fez ao longo da corrida presidencial de 2014, quando afirmou que a economia passava por um “período de travessia” e que a inflação estava perto de zero. Sem contar as muitas promessas que ficaram pelo caminho.

É importante que os brasileiros de bem acordem para a dura realidade do País, pois é inadmissível que em meio a uma crise sem precedentes, que exige austeridade por parte das autoridades, o governo adote manobras espúrias para salvar o mandato de uma presidente que desrespeita a legislação e um partido que derrete na fogueira da corrupção e acertadamente já foi comparado a uma organização criminosa.

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