Somente em 2015, Banco Central perdeu US$ 89,6 bilhões com venda de dólar no mercado futuro

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Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (6), em 2015 as perdas do Banco Central (BC) com operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, os swaps cambiais, chegaram a US$ 89,657 bilhões.

Em dezembro, as perdas foram de US$ 7,794 bilhões. Setembro foi o mês em que ocorreu a maior perda, US$ 38,599 bilhões.

O BC voltou a vender dólares no mercado futuro em maio de 2013, para segurar a cotação da moeda norte-americana e oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação.

À época, os Estados Unidos iniciaram a redução das injeções de dólares na economia mundial. Em agosto daquele mesmo ano, o programa de venda de dólares do Banco Central brasileiro tornou-se permanente, com ofertas diárias de contratos de swap.

Este programa durou até março do ano passado, quando o BC parou de ofertar novos lotes. Desde então, a autoridade monetária passou apenas a rolar os vencimentos.

Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o órgão tem lucro. Esses resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis ao BC e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto.

O swap cambial foi criado em 2001. Ele é uma ferramenta que permite ao BC intervir no câmbio sem comprometer as reservas internacionais. O Banco Central vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.


No swap cambial, o banco aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, ou seja, a cobrada em transações entre bancos). Por outro lado, os investidores apostam o contrário.

No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.

Os dados do Banco Central ainda mostram que foram vendidos US$ 315 milhões de dólares, em dezembro de 2015, por meio dos leilões de linha. No ano, as vendas líquidas ficaram em US$ 1,775 bilhão.

Nesses leilões, o BC retira dólares das reservas internacionais, entretanto apenas por um período. O dinheiro volta às reservas com a compra feita pelo BC na data estabelecida no leilão.

Ao mesmo tempo em que a alta do dólar gera perdas com operações de swap, ajuda a diminuir a dívida líquida do setor público (balanço entre o total de ativos e passivos dos governos federal, estaduais e municipais). Isso acontece porque as reservas internacionais, ativos da dívida pública, são em dólar.

Em 2015, foram registrados ganhos de rentabilidade das reservas internacionais no total de R$ 277,099 bilhões, excluídos os custos com captação de recursos.

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