França anuncia novas medidas antiterrorismo; homem é morto ao tentar invadir delegacia em Paris

(L. Bonaventure - AFP - Getty Images)
(L. Bonaventure – AFP – Getty Images)

Após participar de uma cerimônia no recém-inaugurado monumento em memória das vítimas dos ataques terroristas de janeiro de 2015, o presidente François Hollande anunciou nesta quinta-feira (7) que a “ameaça terrorista” continuará a pesar sobre a França.

Em discurso às forças policiais encarregadas de proteger o país de novos atentados, o presidente francês afirmou que o governo planeja aprovar novas leis ao mesmo tempo em que amplia o investimento em segurança interna. Hollande ressaltou que os riscos representados pela ameaça terrorista continuam altos e reiterou o pedido para aumentar em 5 mil o contingente de policiais armados.

Uma das novas leis deve permitir que policiais fora de serviço portem armas. Além disso, a polícia deve ganhar mais poderes para abordar e revistar suspeitos, sendo que a comunicação entre as forças policiais deve ser ampliada.

“É essencial que os serviços de segurança – polícia, inteligência, militares – trabalhem em perfeita harmonia, com enorme transparência, e compartilhem as informações de que dispõem”, disse o presidente francês.

François Hollande também pediu maior vigilância aos cidadãos radicalizados que aderem ao grupo terrorista “Estado Islâmico’ (EI) e outros grupos jihadistas no Iraque e na Síria, para depois retornarem à França.

“Devemos estar aptos a forçar essas pessoas – e apenas essas pessoas – a cumprir certas obrigações e, se necessário, mantê-las sob prisão domiciliar […] uma vez que elas representam um perigo”, disse.

Segundo o presidente, desde os ataques de janeiro de 2015, quase 200 pessoas na França estão sob restrições de viagem, para evitar que se juntem a grupos islamistas na Síria e no Iraque.


Ameaça constante

No dia 7 de janeiro de 2015, dois terroristas franceses mataram 11 pessoas na sede do jornal satírico “Charlie Hebdo” em Paris, além de um policial muçulmano próximo ao local. Nos dois dias seguintes, um jihadista matou uma policial e quatro reféns de um mercado judaico. Os três terroristas foram mortos pela polícia.

Em 13 de novembro de 2015, uma série de atentados jihadistas coordenados na capital francesa culminaram na morte de 130 pessoas. Desde então o país está em estado de emergência.

Pouco depois da conclusão do discurso de François Hollande nesta quinta-feira, a polícia de Paris matou a tiros um homem que tentou invadir uma delegacia armado com uma faca e um cinto de explosivos – que mais tarde as autoridades confirmaram ser falso.

Segundo o porta-voz do Ministério do Interior da França, o homem teria gritado “Alá é grande” e estaria vestindo algo que poderia ser um cinto com explosivos. Pouco depois, um policial declarou à agência de notícias Reuters que o cinto era falso, o que acabou sendo confirmado mais tarde pelo Ministério do Interior.

Uma testemunha disse à agência de notícias AFP ter ouvido “dois ou três disparos”. O caso foi tratado como um potencial “ataque terrorista”, e o esquadrão antibombas foi até a delegacia. Ainda não há informações sobre a identidade do suspeito. A delegacia de polícia fica na Rue de la Goutte d’Or, no 18º arrondissement de Paris. A área tem um elevado índice de criminalidade. (Com agências internacionais)

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