Economistas preveem o acirramento da crise, apesar do ufanismo que reina no Palácio do Planalto

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Enquanto a presidente Dilma Rousseff insiste no discurso de que o Brasil está no caminho para se tornar o “País de Alice”, aquele das maravilhas, os números da economia apontam para um cenário bem diferente, reforçando a crise que chacoalha o território nacional de norte a sul e tira o sono da população.

Divulgado nesta segunda-feira (18), o semanal levantamento do Banco Central com economistas das maiores instituições financeiras em atividade no País mostra que, ao contrário das previsões palacianas, a economia verde-loura continua a registrar pioras. De acordo com o Boletim Focus, os especialistas do mercado financeiro preveem que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar o ano em 7%, contra 6,93% da previsão anterior. Ou seja, acima do teto (6,5%) do plano de metas estabelecido pelo próprio governo.

Confirmando as análises do UCHO.INFO, a crise tem ingredientes de sobra para continuar firme também em 2017, quando, segundo os economistas, o IPCA deverá alcançar a marca de 5,4%, contra 5,2% da estimativa anterior. Mesmo estão abaixo do teto da meta, o índice está além do centro, que é de 4,5% ao ano. Mesmo assim, é importante lembrar que para o final de 2017 faltam longos 23,5 meses.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas projetam, para 2016, retração de 2,99%, mesmo índice do levantamento anterior. Considerando que o mercado financeiro prevê que o PIB de 2015, cujo resultado ainda não foi divulgado, ficará em preocupantes 3,6%, o Brasil terá, pela primeira vez, dois anos consecutivos de contração econômica, desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1948. Para o PIB de 2017 a previsão registrou um apequena dose de otimismo, uma vez que o indicador passou de 0,86% para 15 de crescimento econômico.


Comprometendo ainda mais o cenário atual, o Banco Central deve aumentar a taxa básica de juro, a Selic, que, de acordo com os analistas financeiros, até o final deste ano deverá passar dos atuais 14,25% para 15,25%. O Comitê de Polícia Monetária (Copom) do BC anunciará na próxima quarta-feira (20) a nova Selic, que pode ser elevada para 14,75%.

A alegação do Banco Central para a elevação da Selic é de que a inflação precisa ser contida, para que o mais temido fantasma da economia volte a retomar o caminho do centro da meta. O quadro atual da economia revela que a resistência da inflação decorre em grande parte dos chamados “preços administrados” – energia, combustíveis e transporte público –, além da alta dos preços dos alimentos, que agora entraram na assustadora roda-viva da crise.

De tal modo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, foi alçado à mira dos petistas, que querem salvar a legenda a qualquer preço, mesmo que para tanto seja preciso novamente empurrar os brasileiros na vala do consumismo. Considerando que o PT está sendo corroído pela avalanche da corrupção e pelas labaredas da incompetência, algo que ocorre há mais de doze anos, a melhor saída é admitir o equivoco na adoção da política econômica e fazer a “lição de casa”. Mas essa fórmula vem sendo rejeitada pelos “companheiros”, pois não demorará muito para a população se rebelar contra o atual estado de coisas.

O mais interessante nessa crise, se é que assim pode ser classificada, é que Dilma, a presidente, não admite ter mentido de forma criminosa durante a eleição de 2014, quando a petista “vendeu” aos brasileiros incautos o melhor dos mundos. Como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.

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