No rastro da crise, mercado prevê nova alta da inflação e queda da atividade econômica em 2016

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Economistas das maiores e mais importantes instituições financeiras em atividade no País, consultadas pelo Banco Central, projetam para este ano inflação mais alta. De acordo com o Boletim Focus, do BC, divulgado nesta segunda-feira (15), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,56% para 7,61%. Trata-se da sétima alta consecutiva do indicador que mede a inflação oficial. Para 2017, a projeção segue em 6%.

Como é possível constatar, as estimativas de inflação estão distantes do centro do plano de metas do governo, de 4,5%, e neste ano superam o teto de 6,5%.

Mesmo com inflação alta, as instituições financeiras creem que o BC não elevará a taxa básica de juro, a Selic, considerando que este ano será de retração da atividade econômica. A projeção para o final de 2016 permanece em 14,25% ao ano, número que persiste há duas semanas. No próximo ano, a expectativa é de redução da taxa Selic, mas a projeção para o fim de 2017 foi ajustada de 12,50% para 12,75% ao ano.


A grande questão que permeia esse embate entre o IPCA e a Selic é a paralisia que toma conta do governo de Dilma Vana Rousseff, que continua às voltas com uma não convincente redução de gastos e um programa de investimentos inócuo e mentiroso. Fora isso, os chamados “preços administrados” continuam fazendo um considerável estrago na economia nacional.

Para piorar o que já é ruim, o mercado financeiro continua projetando “encolhimento” do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 – de 3,21% da semana anterior para 3,33%. No caso de a previsão se confirmar, será a primeira vez que o País registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.

Para o PIB de 2017, os analistas mostraram mais pessimismo e reduziram a previsão de crescimento de 0,6% para 0,59% na semana passada – também na quarta queda consecutiva da previsão.

Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a piora de suas estimativas em relação à economia brasileira e apostou em contração de 3,5% para o PIB brasileiro neste ano e crescimento zero para 2017.

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