Segundo IBGE, número de desempregados sobe 41,5% em um ano e chega a 9,1 milhões

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De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre setembro e novembro de 2015 o número de desempregados no Brasil chegou a 9,1 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 41,5%, com 2,7 milhões de desempregados a mais. Em relação ao trimestre anterior, de junho a agosto de 2015, a alta foi de 3,7%, ou 323 mil pessoas a mais.

O total de pessoas sem emprego é o maior já registrado pelo instituto desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mensal, em 2012.

O número de pessoas com emprego era de 92,2 milhões entre setembro de novembro do ano passado. Esse contingente ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas caiu 0,6% na comparação com o mesmo período de 2014. Isso significa que, em um ano, são 533 mil empregos a menos.

A Pnad Contínua mensal usa dados de trimestres móveis, isto é, de três meses até a pesquisa. As informações são coletadas em 211.344 domicílios, em cerca de 3.500 cidades.

A taxa de desemprego no trimestre de setembro a novembro 2015 foi de 9%, a maior para o período desde 2012, quando o IBGE começou a fazer a pesquisa.

O índice é 0,3 ponto percentual maior do que o do trimestre anterior, entre junho e agosto. Na comparação com o período de setembro a novembro de 2014 (6,5%), o aumento foi de 2,5 pontos percentuais.

O IBGE tem outra pesquisa de desemprego, a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que mede a taxa mês a mês, com base em seis regiões metropolitanas. No mês passado, o indicador mostrou que o desemprego em 2015 teve média de 6,8%. O instituto considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.


Entre setembro e novembro de 2014 e o mesmo período de 2015, o setor privado perdeu 1,1 milhão de trabalhadores com carteira assinada, uma queda de 3,1%. Conforme o IBGE, em relação ao trimestre de junho a agosto, o número ficou estável.

Além do Instituto, o Ministério do Trabalho também apresenta dados sobre emprego, levando em conta o número de contratações e demissões de pessoas com carteira assinada, baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Em janeiro, o Ministério divulgou que o Brasil perdeu 1,54 milhão de vagas de trabalho com carteira em 2015, pior resultado para um ano desde o início da pesquisa, em 1992.

Segundo o IBGE, o número de trabalhadores por conta própria cresceu 4,5% nos três meses até novembro, em relação ao mesmo período de 2014, o que representa 969 mil pessoas a mais. Em comparação com o trimestre encerrado em agosto de 2015, o aumento foi de 2,1%, ou 458 mil pessoas. Nas duas comparações, o número de empregadores não teve variação significativa, ainda segundo o instituto.

O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi estimado em R$ 1.899 pelo IBGE. Na análise do instituto, o resultado foi considerado estável, tanto na comparação com o trimestre encerrado em agosto (R$ 1.913), quanto com o do mesmo período de 2014 (R$ 1.923), mesmo com a queda no valor.

O IBGE divulga mais duas pesquisas com dados de desemprego, mas deve manter neste ano somente a Pnad Contínua mensal. Uma delas já foi encerrada, a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes). A última foi divulgada na quinta-feira e indicou que o número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu 6,2%, quarto ano seguido de queda e a maior desde 2002, quando a pesquisa começou a ser feita.

A outra pesquisa, a PME, também deve terminar neste ano. Diferentemente da Pnad Contínua, que é nacional, a PME é baseada apenas nos dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A última divulgação está marcada para março.

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