Zelotes: Justiça autoriza condução coercitiva de André Gerdau; empresa é investigada no caso do Carf

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Nesta quinta-feira (25), a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Zelotes. Desta vez, o alvo é a empresa siderúrgica Gerdau, investigada por suposta compra de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda que julga recursos de grandes contribuintes a multas aplicadas pela Receita Federal.

A PF cumpre 20 mandados de condução coercitiva, ou seja, quando a pessoa é liberada no mesmo dia após prestar depoimento, e 18 de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal.

O presidente da empresa, André Bier Gerdau Johannpeter, é alvo de mandado de condução coercitiva. A PF está nos endereços da empresa cumprindo mandados de busca. Um pouco antes, a PF havia confirmado que o dono o grupo, Jorge Gerdau, seria conduzido a depor, mas corrigiu a informação. Ele não está entre os alvos. André Gerdau, que não encontra-se em Porto Alegre, onde funciona a sede do grupo empresarial, já informou que se apresentará espontaneamente.

De acordo com a PF, a empresa, que possui operações industriais em 14 países, teria tentado anular débitos que chegam a R$ 1,5 bilhão por meio de contratos com escritórios de advocacia e de consultoria, os quais agiram de maneira ilícita manipulando o andamento do processo. Segundo as investigações, o grupo de lobistas continuou atuando mesmo após a deflagração da operação em março de


A Zelotes foi deflagrada para desarticular esquema de compra de decisões no Carf por grandes empresas. No decorrer das investigações, a força-tarefa formada por representantes do Ministério Público Federal, Receita Federal e Polícia Federal descobriu que os mesmos operadores, muitos eram conselheiros do órgão, também atuaram em suposto esquema de compra de medidas provisórias editadas nos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o que ampliou as investigações e levou a prisão dos lobistas em outubro do ano passado.

Por causa das prisões, a investigação sobre a suposta compra de MPs avançou mais rapidamente e o MPF já apresentou denúncia. O caso está em fase de oitiva de testemunhas na Justiça Federal do DF.

Há ainda outros dois desdobramentos da Operação Zelotes em curso. Um deles apura pagamento à LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Claudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Lula, pela Marcondes e Mautoni, uma das consultorias acusadas de envolvimento na compra de decisões no Carf e de normas. Conforme a Polícia Federal, ele recebeu R$ 2,5 milhões da empresa para copiar e colar informações da internet. Luís Claudio diz que fez consultoria de marketing esportivo.

Outra investigação é sobre suposto lobby da Marcondes e Mautoni para a compra de caças pelo governo da petista Dilma Rousseff.

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