Ministra da Áustria questiona se a Grécia deve continuar na zona de livre circulação da Europa

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Segundo fonte do ministério grego das Relações Exteriores, nesta sexta-feira (26) a Grécia se negou a receber a ministra austríaca do Interior, Johanna Mikl-Leitner. A situação aumentou a tensão entre os dois países a respeito da crise migratória.

No dia anterior, Atenas havia chamado para consultas sua embaixadora em Viena para protestar por sua exclusão de uma reunião realizada na quarta-feira na capital austríaca entre países dos Bálcãs.

A Áustria acusa com frequência a Grécia – principal porta de entrada na União Europeia (UE) para os migrantes sírios, iraquianos, afegãos e eritreus – de não fazer todo o necessário para proteger suas fronteiras. Estes migrantes posteriormente prosseguem em direção ao centro e norte da Europa.

Na reunião de ministros da UE realizada na quinta-feira (25), em Bruxelas, quando foi discutida a questão migratória, a ministra austríaca perguntou se a Grécia deve seguir formando parte da zona Schengen de livre circulação.


“Se for verdade que a fronteira externa da Grécia não pode ser protegida, pode continuar sendo considerada uma fronteira externa de Schengen?”, indagou Johanna.

Logo depois, o ministro grego de Política Migratória, Yannis Mouzalas, respondeu irritado que a ministra estava “escondendo a verdade” e “arrastando a Áustria a atos cada vez mais hostis em relação à Grécia e à UE”.

“Nosso país guarda suas fronteiras, que também são as fronteiras da Europa, da melhor forma possível. Isso é um fato confirmado pela (agência europeia) Frontex, pela Comissão Europeia e por outras instituições”, afirmou Mouzalas em comunicado.

Há uma semana, a Áustria impôs uma quota diária ao número de demandas de asilo e de migrantes em trânsito por seu território. Depois disso, a Macedônia decidiu fechar a passagem aos afegãos em sua fronteira com a Grécia e aumentar os controles a sírios e iraquianos. Consequentemente, milhares de refugiados estão sendo bloqueados na Grécia.

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