Oposição anuncia aditamento da delação de Delcídio ao processo de impeachment de Dilma

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Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) anunciou, na tarde desta quinta-feira (3), que a oposição aditará o processo de impeachment já deferido na Câmara dos Deputados. O complemento incluirá as denúncias do senador Delcídio Amaral (MS), publicadas na revista IstoÉ, em que Dilma Rousseff é acusada de ter atuado diretamente para barrar o andamento da Operação Lava-Jato por meio de indicações de magistrados às instâncias superiores do Judiciário.

A decisão ocorreu em reunião com líderes oposicionistas e o aditamento será entregue na próxima segunda-feira (7), com as assinaturas de Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores do processo de impeachment que tramita na Câmara.

“A decisão tomada por unanimidade será o aditamento do processo de impeachment que está na Câmara com essas denúncias que são gravíssimas. Fica caracterizada a ingerência da presidente da República, crime claro que impede sua continuidade à frente do governo. É possível fazer o aditamento ao processo já aceito pela Câmara porque ainda não houve defesa prévia da presidente Dilma. Não tendo a defesa prévia em nada está retirando as prerrogativas da presidente da República. Por uma questão de celeridade achamos que a melhor opção é o aditamento do processo.


O depoimento do ex-líder do governo no Senado revela que Dilma Rousseff buscou, em várias ocasiões, interferir no andamento da Operação Lava-Jato. Além disso, o senador petista afirma que a presidente da República tinha pleno conhecimento das condições do negócio que resultou na aquisição, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, assim como atuou diretamente para viabilizar a permanência de Nestor Cerveró na estatal, indicando-o para uma das diretorias da BR Distribuidora.

É importante lembrar que a delação de Delcídio Amaral, se confirmada, depende de homologação do Supremo Tribunal Federal, que a essa altura dos acontecimentos deve estar sob intensa pressão do Palácio do Planalto, já que em jogo está o mandato de Dilma Rousseff e a sobrevivência do Partido dos Trabalhadores, uma vez que seu timoneiro-mor, Lula, é acusado de ter sido conivente com o Petrolão.

Como antecipou o UCHO.INFO em matéria publicada nesta quinta-feira, ao menos parte do conteúdo da delação de Delcídio Amaral, publicado pela revista IstoÉ, é verdadeiro. Lula, que tenta escapar da Lava-Jato como pode, sempre soube do esquema de corrupção criado pelo finado José Janene e que funcionou de forma deliberada na Petrobras durante longos dez anos, até que a Polícia Federal, a partir de denúncias formuladas pelo editor e pelo empresário Hermes Magnus.

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