Vendas de carros no Brasil regridem quase uma década; sonho da era Lula virou pesadelo

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As vendas de veículos no Brasil regrediram quase uma década e o mercado nacional desabou no ranking global, mandado pelos ares um dos símbolos obtusos da era Lula, o lobista-palestrante que cavou a sepultura do País.

Gazeteiro profissional, o ex-presidente se agarrou à tese malandra de que país desenvolvido é aquele em que o pobre tem um carro na garagem, quando na verdade é onde o rico usa transporte público. Esse falso milagre da indústria automobilística nacional se deu à sombra do crédito fácil, do endividamento recorde das famílias e de índices inusitados de inadimplência.

Dados apresentados na quarta-feira (2) pelas montadoras indicam que o Brasil passou do quarto maior mercado global de veículos, em 2014, para o sétimo. A queda em termos porcentuais foi de 27%, a segunda pior do mundo e superada apenas pelos russos, que estão sob embargo comercial.

As informações foram apresentadas durante o Salão do Automóvel em Genebra, um dos mais importantes do mundo. “Depois de registrar anos de crescimento, vemos em 2015 uma confirmação de algo que já havia começado em 2014, que era a queda de vendas”, explicou Yves van der Straaten, secretário-geral da Organização Internacional de Construtores de Automóveis (OICA). “O que nos assusta, porém, é que a crise se acentuou em 2015 “, ressaltou.

“Lamentavelmente, o Brasil passou de ser o quarto maior mercado de carros do mundo para ocupar apenas a 7a colocação”, indicou. Em 2014, a queda foi de 15%, contra outros 27% em 2015. “Houve um colapso”, declarou o executivo.

No auge das vendas, em 2012, 3,8 milhões de carros foram matriculados no Brasil. No ano passado, o número é de 2,5 milhões, o equivalente ao que existia em 2007. Naquele ano, 2,46 milhões de carros foram produzidos. Com o desempenho, o Brasil foi superado pelo Reino Unido, Índia e Alemanha.

A produção também caiu em 23%, para um total de 2,4 milhões de unidades. A situação brasileira acabou afetando toda a América do Sul, que voltou a ter patamares de venda de onze anos atrás e com uma queda anual de 19,8% e 20,7% em produção. “Estamos de volta em 2005”, revelou Straaten.


O caso argentino é menos dramático que o do Brasil. Em 2015, a redução de vendas foi de apenas 1%. Mas, em 2014, a queda havia sido de 36%. “Acreditamos que a situação argentina vai melhorar com a volta do país ao mercado financeiro”, disse.

Se a situação brasileira preocupa as multinacionais, o cenário é ainda de certa estabilidade na China. No ano passado, mesmo com a desaceleração do crescimento, as vendas de carros tiveram uma alta de 5%, contra uma elevação de 3% na produção. “A China continua sendo o maior mercado do mundo”, disse.

Mesmo nos Estados Unidos, as taxas de crescimento levaram o setor a superar as vendas que existiam antes da quebra do Lehman Brothers, em 2008.

A América do Norte registrou um crescimento nas vendas de 6,2% em 2015. “Estamos bem acima da taxa registrada antes da crise”, explicou o secretário-geral. No total, a região já vende 1,6 milhão de carros a mais que em 2005. Já a produção aumentou em 3%.

Apesar do bom momento, a América do Norte perdeu espaço para a China, que concentra 27% da produção mundial de carros. Em 2005, a taxa era de apenas 9%. EUA, México e Canadá representam 20% da produção mundial. Hoje, Japão e Coreia representam 15%, contra 20% para a Europa.

De acordo com as montadoras, existem hoje 1,2 bilhão de carros nas ruas do mundo, um aumento de 4% em comparação a 2014. Para 2016, a previsão é de um crescimento de 2%.

Hoje, existem em média 180 carros para cada mil pessoas. No Brasil, a taxa é de 207, contra 808 nos EUA. Na China, apesar de liderar a produção global, a taxa é ainda de 108 carros por cada mil pessoas, contra apenas 22 na Índia.

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