BCE reduz taxa básica de juro a zero; objetivo é elevar a inflação a 2% ao ano

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Nesta quinta-feira (10), o Banco Central Europeu (BCE) cortou suas três taxas de juro, expandiu o programa de compra de ativos para incluir também papéis de empresas e ofereceu novas linhas de empréstimos baratos a bancos.

O pacote atual é maior e mais agressivo do que o esperado pelos mercados e visa impulsionar a economia da região e impedir que a inflação extremamente baixa se consolide nos 19 países da zona do euro.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o objetivo é ampliar o crédito e elevar a inflação para a meta de 2% ao ano. Logo após o anúncio, feito em Frankfurt, o euro caiu cerca de 1% em relação ao dólar, e bolsas de valores europeias registraram altas.

Em gesto claramente simbólico, o BCE cortou a taxa básica de juros de 0,05% para zero. O corte da taxa de depósito bancário avançou ainda mais no território negativo, passando de -0,3% para -0,4%, o que estimula os bancos a emprestar seu dinheiro a empresas em vez de deixá-lo guardado no BCE. A autoridade monetária também baixou sua taxa de juros para empréstimo overnight aos bancos, que caiu de 0,30% para 0,25%.

O BCE também anunciou que vai elevar suas compras mensais de títulos – o chamado programa de quantitative easing – de 60 bilhões de euros para 80 bilhões de euros e vai incluir também a compra de títulos corporativos, além dos títulos da dívida pública de países do euro.

Por fim, a autoridade monetária da zona do euro anunciou que vai oferecer linhas de empréstimos baratos a bancos, com vencimentos de até quatro anos, para injetar dinheiro no mercado financeiro.


Novas previsões

O Banco Central Europeu também cortou suas previsões de inflação, afirmando que a alta de preços ficará abaixo da meta ao menos até 2018. Para 2016, o BCE espera agora uma inflação de 0,1% na zona do euro em 2016, em vez de 1% da previsão anterior.

Para 2017, a projeção recuou de 1,6% para 1,3%. A projeção para 2018, apresentada pela primeira vez nesta quinta-feira, é de 1,6%. Todas as previsões estão abaixo da meta fixada pelo próprio banco, de 2% ao ano.

O BCE também se mostrou mais pessimista em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Para o ano em curso, a autoridade monetária espera um crescimento de 1,4%, em vez de 1,7% da projeção anterior. Para 2017, o crescimento deverá ser de 1,7%, em vez de 1,9%, e, para 2018, de 1,8%. (Com agências internacionais)

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