Japão relembra cinco anos da devastadora tragédia de Fukushima

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O Japão relembrou nesta sexta-feira (11) os cinco anos do terremoto de 9.0 de magnitude e do tsunami que provocaram a morte de cerca de 16 mil pessoas no dia 11 de março de 2011.

Às 14h26 (horário local), o imperador japonês Akihito, a imperatriz Michiko e o primeiro-ministro Shinzo Abe, juntamente com diversas pessoas em todo o país, observaram um minuto de silêncio em homenagem às vitimas, marcando o momento exato em que o forte terremoto atingiu o litoral do Japão.

O sismo devastador e o tsunami que surgiu na sequência deixaram 15.895 mortos e 2.561 desaparecidos, de acordo com dados da Agência Nacional de Polícia.

“Muitos ainda enfrentam desconfortos em suas vidas nas áreas afetadas. Muitos não podem voltar a seus lares em razão do acidente com a usina nuclear”, lamentou o premiê japonês durante cerimônia em Tóquio que contou com a presença de autoridades e sobreviventes.

O tsunami causou sérios danos à usina nuclear Fukushima Daiichi, provocando o derretimento de três dos seis reatores e o vazamento de radiação em área de grandes dimensões. Mais de 160 mil pessoas ficaram desalojadas após o pior desastre nuclear ocorrido desde Chernobyl, em 1986, na extinta União Soviética.


Estimativas oficiais indicam que pelo menos 100 mil pessoas continuam impedidas de retornar às suas casas em razão do alto potencial de contaminação por radiação. Na região de Tohoku, fortemente atingida pelo tsunami, dezenas de milhares de pessoas ainda vivem em abrigos temporários, semelhantes a contêineres.

O processo de desmonte da central nuclear deve levar mais de quatro décadas para chegar ao fim, segundo informações da operadora Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina nuclear.

Shinzo Abe disse que o processo de reconstrução deverá ser acelerado na região de Tohoku. O governo planeja liberar áreas evacuadas até março de 2017, com exceção da região de Fukushima. O primeiro-ministro ressaltou, porém, que o país continua precisando da energia nuclear como fonte de geração de eletricidade. Isso porque a extensão territorial do Japão e a pouca incidência fluvial não permite a geração da chamada energia limpa em quantidade de atender à demanda local.

“Sem a energia nuclear, nosso país, pobre em recursos, não consegue assegurar a estabilidade do fornecimento de energia, levando em conta o que faz sentido em termos econômicos e o tema do aquecimento global”, disse.

Entretanto, essa obstinação do governo leva muitos no país a questionarem a competência das autoridades em relação à segurança da energia nuclear. (Com agências internacionais)

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