Deputado cobra de ministro explicação sobre demissão do chefe da Força Nacional de Segurança

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Preocupado com a segurança dos Jogos Olímpicos, que em breve acontecerão no Rio de Janeiro, e com os motivos e reflexos da demissão do chefe da Força Nacional de Segurança Pública, coronel Adilson Moreira, o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), apresentou nesta quinta-feira (31) requerimento em que solicita uma série de informações ao ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Ao pedir demissão do cargo, o militar enviou e-mail aos subordinados afirmando que os mesmos estavam sendo conduzidos “por um grupo sem escrúpulos, incluindo aí a presidente da República”.

O episódio acontece quatro meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e demonstra a que ponto chegou o governo acéfalo de Dilma Rousseff, que continua insistindo na tese míope de que o fim justifica os meios, como forma de escapar do processo de impeachment.

“Nem um militar, que costuma não contestar ordens superiores, não suportou os desmandos, a corrupção e a incompetência do governo da presidente Dilma e pediu para sair. Deve estar ocorrendo algo muito grave dentro da Força responsável pela segurança das Olimpíadas e isso nos preocupa”, alertou o líder do PPS, que, assim que as novas comissões temáticas da Câmara forem instaladas, pretende convidar o coronel Adilson Moreira para falar sobre essa situação em audiência pública no Congresso.

No requerimento ao ministro, o parlamentar pergunta ao ministro há quanto tempo a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão do Ministério da Justiça ao qual está subordinada a Força Nacional de Segurança Pública, estava inteirada da “insatisfação ética” do chefe dessa Força. E, diante das circunstâncias em que se deu o pedido de demissão, indaga quais serão as medidas que Senasp adotará para garantir a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio.


Rubens Bueno questiona ainda se há algum procedimento judicial ou administrativo em curso, cujo propósito seja apurar desvios de qualquer natureza na Força Nacional de Segurança e que possam ter fundamentado a atitude do coronel Adilson Moreira. Pergunta também o deputado quais serão as medidas que o Ministério da Justiça tomará diante da mudança inesperada e discordante no comando de um órgão responsável por atender às necessidades emergenciais dos Estados.

E-mail aos subordinados

No e-mail enviado aos integrantes da Força, o militar tece várias críticas ao governo Dilma. “Minha família exigiu minha saída, pois não precisa ser muito inteligente para saber que estamos sendo conduzidos por um grupo sem escrúpulos, incluindo aí a presidente da República. Me sinto cada vez mais envergonhado. O que antes eram rumores, se concretizaram”, diz um dos trecho.

O coronel afirma ainda que “a nossa administração federal não está interessada no bem do país, mas em manter o poder a qualquer custo”. Moreira, que estava no cargo desde janeiro, comandava os cerca de 10 mil homens que serão enviados ao Rio de Janeiro para garantir a segurança dos jogos.

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