Crise econômica: indústria tem 2 anos de queda ininterrupta da produção; quadro é o pior possível

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Dilma Vana Rousseff, a presidente da República, e seus quejandos insistem em falar sobre golpe, apenas porque não aceitam o processo de impeachment, mas não existe golpe maior no País do que a destruição de uma economia que era corteja por boa parte do planeta.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º), a produção industrial brasileira, sob o impacto das atividades de fabricação de veículos e extrativas (minério e petróleo), registrou queda de 9,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2015.

Trata-se da 24ª queda consecutiva da produção nesta base de comparação, completando dois anos de perdas ininterruptas, uma sequência nunca registrada pela atual série histórica da pesquisa do instituto, que tem início em 2003 para esse indicador.

Ainda segundo dados divulgados pelo IBGE, esta foi a maior queda da produção para o mês desde 2009 (-16,5%), um dos piores momentos dos efeitos da crise iniciada no mercado hipotecário americano sobre a indústria brasileira.

Caso o resultado de fevereiro seja comparado ao de janeiro, a produção se mostrou 2,5% menor – o resultado é o pior para o mês desde 2002 e confirma que o aumento da atividade de janeiro foi pontual, ligado a uma volta aos trabalhos.

“O resultado mais do que eliminou o avanço de janeiro, confirmando que a alta de 0,4% não mudava a trajetória da produção, que é de queda generalizada nas atividades” argumenta André Macedo, técnico no IBGE.


O setor industrial é um dos mais afetados pela crise. Com o menor consumo das famílias e o corte de investimentos das empresas, a indústria tem reduzido a produção e o número de trabalhadores para se adequar ao tamanho da demanda. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção recuou em 9%. No ano, o setor marca agora uma queda de 11,8%, conforme os dados divulgados pelo instituto.

Dos 26 ramos da indústria acompanhados pelo IBGE, 21 tiveram queda de produção em fevereiro na comparação a um ano antes. Dos 805 produtos pesquisados, 67,8% foram menos produzidos. O principal impacto negativo sobre a produção da indústria, nesta base de comparação, veio da atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias (-29,1%).

Com a oferta de crédito mais restrita e consumidores menos confiantes, as montadoras mantêm desta forma um ritmo de produção muito aquém do registrado há um ano. Mesmo na comparação ao mês imediatamente anterior, o ramo de veículos manteve-se em queda. A produção caiu 9,7% e eliminou o avanço de 7,2% registrada em janeiro.

Um setor que amargou forte queda no confronto anual foi o das indústrias extrativas, com baixa de 12,1%. O vilão aqui foi o minério de ferro, ainda afetado pelo rompimento da barragem de Mariana (MG).

Outro impacto relevante veio da produção de máquinas e equipamentos (-27,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-33,1%) e metalurgia (-12,1). Enquanto isso, os gastos do governo de Dilma Rousseff sobem 6%.

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