Em fase terminal, governo de Dilma Rousseff pode entregar a Educação ao enrolado e corrupto PP

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É no mínimo vexatória a forma como Dilma Rousseff vem negociando para evitar o próprio impeachment, cujo processo avança na Câmara dos Deputados e pode ser votado em plenário em 13 de abril. Com Lula, o alarife petista que continua como quase ministro, fazendo o jogo imundo do escambo político, com direito a distribuição de cargos e pagamento em dinheiro vivo, a nova formação do governo poderá se transformar em uma colcha de retalhos que levará o País ao fundo do poço.

Além de a presidente da República não ter doses mínimas de competência para reverter a crise múltipla que derrete o Brasil, o novo desenho ministerial mostra de forma clara o que poderá acontecer aos brasileiros. Depois de ensaiar a entrega do Ministério da Saúde ao deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que causa surpresa no meio político por não ter sido abatido pela Operação Lava-Jato, o governo estuda a possibilidade de entregar o Ministério da Educação ao Partido Progressista.

Legenda com maior número de investigados na Operação Lava-Jato – alguns já foram denunciados –, o PP não é melhor exemplo político-partidário para assumir uma pasta de tamanha importância como a da Educação. O Brasil derrete à sombra da ignorância da população, que sequer sabe identificar a extensão da crise atual, mas a petista Dilma, que adotou o slogan de governo “pátria educadora”, quer, sim, ensinar aos cidadãos o que há de pior em termos de cidadania.

A não ser que o objetivo da presidente seja institucionalizar de uma vez a corrupção no Brasil. Tendo surgido no mundo da roubalheira política a partir da mente perversa do então deputado José Janene (PP-PR), já falecido, o Petrolão, maior escândalo de corrupção de todos os tempos só prosperou porque houve uma associação criminosa entre o Partido Progressista e o Palácio do Planalto. Depois desse casamento bandoleiro, o esquema de assalto aos cofres da Petrobras avançou com invejável sucesso (sic), funcionando durante uma década, porque o PP colocou em cena a volúpia criminosa de seus integrantes.


O mais bizarro nesse enredo macabro é que um dos próceres do PP, o ex-deputado federal Pedro Corrêa, de Pernambuco, fechou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. Condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), Corrêa, que foi preso por ordem do juiz Sérgio Moro, revelou detalhes estarrecedores sobre o esquema de corrupção que funcionou com a anuência explícita dos palacianos. Em depoimento de delação premiada, Pedro Corrêa certamente não contou tudo o que sabe, mas não poupou Lula e Dilma Rousseff, o criador e a criatura.

No explosivo depoimento que contém setenta anexos, Lula e Dilma são merecedores de ao menos cinco cada. O que mostra a impossibilidade de uma relação tão espúria, como a do governo e do PP, prosperar apenas para salvar um mandato que não tem salvação por inúmeros motivos, não apenas por causa das enfadonhas “pedaladas fiscais”.

O PP está a um passo de ceder à pressão do Palácio do Planalto e trair a confiança dos brasileiros, situação que fica evidente diante do fato de que dois terços da população exigem o fim de um governo corrupto, incapaz, paralisado e perdulário. A prova maior de que o futuro será ainda mais caótico é a decisão palaciana de deixar de lado o ajuste fiscal para atender a volúpia nada republicana dos oportunistas de plantão.

Independentemente do resultado do impeachment, os brasileiros de bem precisam reforçar a memória e não votar nos candidatos do PP nas próximas eleições. É importante que institua-se o “voto castigo”, pois não se pode permanecer calado na esteira de um escárnio sem precedentes.

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