Arrogante, Gleisi diz estar “acima da PF” para contestar indiciamento por corrupção passiva

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A megalomania da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) atingiu novo patamar. Para questionar seu indiciamento (e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva) por corrupção, a senadora disse que “a autoridade policial não dispõe de amplos e ilimitados poderes, a ponto de lhe ser permitido indiciar um parlamentar federal, sem com isso usurpar a competência do STF”. Gleisi simplesmente ignorou, durante discurso na tribuna do Senado, que seu indiciamento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.

Jogando para a plateia, a senadora posou de vítima e afirmou ter protocolado na segunda-feira (4) uma reclamação no STF contra o seu indiciamento e do marido, no âmbito da Operação Lava-Jato.

De acordo com a senadora, o indiciamento promovido pela Polícia Federal (PF) é inconstitucional e excessivo, além de extrapolar os deveres funcionais da corporação. O pronunciamento, transmitido pela TV Senado, foi produzido sob medida para tentar justificar o vexame que surgiu a partir do seu indiciamento. Também serviu para evidenciar, mais uma vez, a acintosa prepotência da senadora, que acredita ser o Estado uma propriedade do PT, partido que já foi comparado a uma organização criminosa.

“A autoridade policial não dispõe de amplos e ilimitados poderes, a ponto de lhe ser permitido indiciar um parlamentar federal, sem com isso usurpar a competência do STF”, disse aos parlamentares. Contudo, seus pares no Parlamento sabem o que está a acontecer com Gleisi: os vagarosos braços da lei estão começando a alcançá-la.


Continuando o teatro da prepotência, Gleisi afirmou que enviou uma representação ao atual ministro da Justiça, Eugênio de Aragão, para que sejam apuradas as razões que levaram a Polícia Federal ao indiciamento. “Vou continuar minha defesa e provar inocência, sempre confiando na Justiça e na política como meios de garantir direitos e melhorar o convívio social”, afirmou em plenário.

Gleisi e Paulo Bernardo foram indiciados pela PF na última quinta-feira (31) por corrupção passiva no escopo da Lava-Jato, operação que desmontou o maior esquema de corrupção da História, do qual a petista se beneficiou financeiramente, segundo relatos dos delatores. De acordo com a investigação, a senadora teria recebido R$ 1 milhão em espécie para sua campanha ao Senado em 2010, fruto de desvios de recursos da Petrobras.

Ainda de acordo com a PF, o ex-ministro Paulo Bernardo teria solicitado a quantia ao doleiro Alberto Youssef ou ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Para piorar ainda mais a ópera bufa que protagonizou no plenário do Senado, Gleisi disse não conhecer Youssef e Costa. Apenas a título de esclarecimento, o doleiro da Lava-Jato, em tempos outros, lavou dinheiro da campanha de Paulo Bernardo, a pedido do ex-petista André Vargas, preso em Curitiba por ordem do juiz Sérgio Moro.

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