Vítima das “pedaladas fiscais”, Dilma quer incluir no orçamento um novo rombo nas contas de 2017

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Os petistas têm feito enorme esforço na Comissão Especial do Impeachment para defender o indefensável governo de Dilma Rousseff, recorrendo a fatos históricos da política nacional e ressuscitando o caudilho populista Getúlio Vargas, mas os números da economia provam de maneira clara a necessidade de se interromper a era petista, palco de política econômica desastrada e corrupção em todas as direções.

Diante da impossibilidade de garantir a volta do superávit primário das contas públicas para o próximo ano, o governo avalia indicar na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a realização de um novo déficit nas contas do setor público em 2017. Isso porque já deve incluir na lei a combinação de uma meta fiscal com limite de gasto. Na prática isso permite abater despesas da meta, como foi feito nos últimos anos.

O projeto de lei tem de ser encaminhado ao Congresso Nacional até o próximo dia 15 de abril, quando está previsto o início da votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Desta forma, o governo vive o dilema de ter de explicitar esse novo déficit primário, que poderá ser o quarto consecutivo, exatamente nesse momento.

Uma das opções em discussão na equipe econômica é definir uma regra de abatimento da meta que possa acomodar resultado negativo, mas ao mesmo tempo fixar um porcentual de gastos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), em valores nominais. Ainda seriam definidos gatilhos com medidas que podem ser acionadas para corrigir os desvios em relação ao teto do gasto.

O objetivo é incluir essas regras na LDO do próximo ano, mesmo que o projeto de reforma fiscal, enviado ao Congresso em março e que estabelece uma regra de limite para o crescimento das despesas, não tenha sido aprovado.


A reforma fiscal foi incluída no mesmo Projeto de Lei Complementar (PLC) que contém medidas de socorro aos estados e corre o risco de ser desmembrada pelos parlamentares. Assim, a parte do projeto com medidas para conter os gastos ficaria para ser votada somente depois do alívio fiscal aos governadores.

O assunto ainda está em discussão na Junta Orçamentária – que reúne os ministros Nelson Barbosa (Fazenda), Casa Civil (sem comando) e Planejamento (Valdir Simão). Conforme um integrante da equipe econômica, Barbosa quer sinalizar como ele pensa em relação à nova regra, mesmo que ela seja cortada do PLC.

Integrantes da equipe econômica também intensificaram, nos últimos dias, as negociações para evitar o desmembramento do projeto com a flexibilização das exigências para os Estados terem o alívio financeiro. Contudo, as chances de a proposta ser mantida integralmente da forma como foi enviada é muito pequena.

No projeto de revisão da meta deste ano, enviado há duas semanas e que alterou o objetivo fiscal de superávit de 0,5% para um déficit de até 1,55% do PIB, o governo fez as contas da trajetória da dívida pública com uma meta de superávit de 1,3% do PIB em 2017.

No entanto, esse resultado não será possível de ser alcançado com a perspectiva de um novo déficit por causa da queda da arrecadação, que continua acentuada. Por isso, a LDO vai incluir novas previsões para as dívidas líquida e bruta.

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