Gleisi diz sentir “pena” dos que a hostilizaram, mas promete processá-los “para que aprendam”

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Atolada no Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos, delatada na Operação Lava-Jato, investigada na Operação Pixuleco II e indiciada pela Polícia Federal por corrupção passiva, juntamente com o marido (Paulo Bernardo da Silva), a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) não perde a pose.

Em entrevista concedida na terça-feira (12), a petista avisou que processará as pessoas que a hostilizaram no aeroporto de Curitiba, apesar de sentir muita “pena” dos seus detratores. A senadora quer que essas pessoas tenham ao menos uma lição. Segundo Gleisi, que era militante do PCdoB (partido que se inspirava na Albânia comunista e na China de Mao Tse Tung em seu período mais homicida), quem a xingou no aeroporto nunca foi à rua lutar contra a ditadura e nunca lutou pela democracia como ela.

“Eu fiquei olhando para aquelas pessoas e, no fundo, senti pena, porque, na realidade, são pessoas que trabalham com uma série de informações, não vão atrás, não verificam, nunca tiveram a experiência de participar de uma luta democrática, nunca precisaram reivindicar nada em suas vidas, nunca foram às rua para falar da ditadura ou nunca foram às ruas para reivindicar um direito, não sabem exercer a democracia e acharam que, fazendo aquilo, agredindo-me da forma como me agrediram, estavam se manifestando em prol da democracia, em prol de uma causa justa. É lamentável que isso aconteça”, declarou.

Na última quinta-feira (7), Gleisi foi chamada de “corrupta” e “assaltante”, dentre outros termos pejorativos ao desembarcar no Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana da capital paranaense. De acordo com a assessoria da senadora, ela tem residência em Curitiba e havia chegado de Brasília para participar de um evento sobre refugiados na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) como representante da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Um vídeo gravado por um manifestante e publicado no YouTube mostra a ação do grupo.


“Estou entrando, sim, com uma ação judicial. Estou pedindo o amparo da Casa em relação a isso. Identifiquei algumas pessoas. Exatamente para impedir que isso se repita, não se repetir comigo, mas impedir que se repita com qualquer pessoa. Não é isso que nós queremos construir de sociedade democrática”, afirmou. Segundo a senadora, as pessoas que a aguardavam estavam “muito rancorosas e muito raivosas”.

Gleisi não consegue entender o rancor e a indignação dos brasileiros de bem, mas é uma das principais protagonistas dos escândalos de corrupção que abalam o País.

A petista foi denunciada por quatro delatores do Petrolão, dentre eles o doleiro Alberto Youssef, o senador Delcídio Amaral e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Somente na Operação Pixuleco II, 18ª fase da Lava-Jato, a senadora aparece como beneficiária de R$ 8 milhões de um esquema armado no Ministério do Planejamento quando seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, era ministro de Lula.

Além do evento na Assembleia Legislativa, Gleisi foi ao Paraná para apoiar o movimento dos “sem terra” que armou uma emboscada para a Polícia Militar. De tal modo, não causou estranheza a manifestação dos indignados que recepcionaram calorosamente Gleisi no aeroporto.

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